As borboletas pertencem ao grupo de animais mais abundante do reino animal: o dos insetos, que têm mais de 800 mil espécies conhecidas. E, como tais, são artrópodes, ou seja, têm o corpo dividido em três partes: cabeça, tórax e abdômen.

Da mesma forma, dentro do grupo dos insetos, as borboletas são, assim como as mariposas, da família Lepidoptera, o quarto grupo mais diverso em número de espécies, cuja principais características é ter asas com escamas e a espirotromba, uma estrutura longa e enrolada usada na alimentação. Enfim, esses belos seres são holometabolos, o que significa que sofrem metamorfose completa em seu desenvolvimento, que se baseia em quatro fases: embrião, lagarta ou larva, pupa ou crisálida e adulto ou imago.

A fase de lagarta

Pois é, muitos não sabem, mas borboletas e lagartas são, na realidade, a mesma espécie em diferentes estágios de desenvolvimento. A sua metamorfose ocorre da seguinte forma. Após a fecundação, a borboleta fêmea adulta busca um local onde colocará seus ovos. Geralmente são nas folhas de uma planta, que serão utilizadas como alimento quando os filhotes nascerem. Os ovos demoram de cinco a 15 dias para eclodir, dependendo da espécie, e liberar as larvas, conhecidas popularmente como lagartas.

As lagartas têm um corpo alongado e cilíndrico, com cores variadas e, muitas vezes, pelinhos que causam alergias e queimaduras quando tocados. Suas cores possuem diferentes papéis. Algumas têm coloração que indica perigo, outras têm cores que as fazem ser confundidas com outras espécies, e há, ainda, colorações que ajudam na camuflagem.

Durante a fase de lagarta, esses animais alimentam-se intensamente de diferentes partes de vegetais, podendo causar danos em locais com plantações. É dessas folhas que a lagarta retira seus nutrientes e a água necessária para sobreviver. A borboleta permanece na forma de lagarta de um a oito meses, aproximadamente, dependendo da espécie.

Ainda durante o estágio de lagarta, ocorrem várias mudas enquanto o animal cresce, geralmente de cinco a oito centímetros. Depois de algum tempo, a lagarta prende-se em uma superfície e por meio de fios de seda, inicia-se a formação da crisálida — um estágio imóvel, no qual o animal sobrevive com as reservas nutritivas acumuladas na fase de lagarta. O estágio de crisálida pode durar de uma a três semanas, dependendo da espécie observada.

Variedade de cores se deve à difração e refração da luz

Quando a borboleta apresenta-se formada, a crisálida então abre-se e o inseto pode sair do seu interior. A borboleta adulta (ou imago) está numa fase da vida em que já pode voar e reproduzir-se. Agora na fase borboleta, ela alimenta-se de substâncias líquidas, como néctar de flores e frutos em decomposição, uma vez que não apresenta mais maxilas, e sim um aparelho bucal adaptado ao hábito de sugar. A fase adulta pode durar de cinco dias a um ano, dependendo da espécie.

Essa é a fase mais bela do inseto, em razão da sua variedade de cores. Quem não se encanta ao observar uma borboleta colorida, não é mesmo? As cores marcantes e iridescentes das asas se devem à difração e refração da luz que ocorre em suas escamas, cheias de cores graças à pigmentação. Infelizmente, quando as borboletas envelhecem, perdem a cor.

Mecanismos de voo

Outra curiosidade em relação às características físicas desses insetos de asas grandes é que eles têm um par de antenas longas, olhos compostos, seis patas e pelos sensoriais. E é no tórax que a borboleta controla a atividade de voo e de onde nascem essas asas características, que só podem alçar voo se a temperatura corporal do inseto ultrapassar os 30 graus.

A principal função desses mecanismos de voo concentra-se em regular a temperatura corporal, refletindo e absorvendo a luz solar, além de serem aliados como táticas de sinalização e cortejo nas épocas de acasalamento.

E pensar que uma linda borboleta já foi uma lagarta, hein… É um ciclo de vida realmente fascinante!

Classificação científica:

Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Lepidoptera
Superfamília: Papilionoidea