Nem todas as aves necessitam – ou aceitam – contato físico de um humano. Portanto, antes de tentar acariciar um pássaro, devemos saber se a espécie costuma permitir esse tipo de interação – e onde elas podem ser tocadas.
Aves felizes, bem cuidadas e já acostumadas desde filhotes ao contato com humanos fora da gaiola podem inclinar a cabeça para pedir carinho, aproximar-se da pessoa com a qual têm convívio, dar bicadinhas delicadas na mão e até mexer em seu cabelo – como se estivessem arrumando suas próprias penas ou de um companheiro – como sinal de afeto. Em especial, os psitacídeos (aves de bico curvado como papagaio, arara, calopsitas, agapórnis e periquitos, entre outras), na sua maioria, se apegam mais aos seus tutores e são mais interativas e receptivas ao toque.
Onde NÃO tocar na sua ave de estimação
Cada ave possui um temperamento diferente e gosta de receber carinho em diferentes partes do corpo. Na maioria dos casos, aceitam bem afagos na cabeça e no bico, pois são regiões que não conseguem alcançar. Mas, atenção: há determinados locais que o toque NÃO DEVE ser feito.
A anatomia das aves é bem diferente da dos mamíferos. Os pássaros não possuem genitália externa, então eles expressam seu desejo por reprodução “tocando” uns nos outros em locais específicos: cauda, costas e sob as asas. Portanto, leve essas informações em consideração antes de afagar seu pet de penas, para o animal não associá-lo como seu parceiro sexual em um ritual de acasalamento. Reforçando: você é humano e não da mesma espécie que ele; o pássaro não vai se reproduzir, então não é nada saudável simular tal comportamento de excitar a ave.
Acariciar a cauda, costas e sob as asas pode estimular diversos problemas de comportamento: levar a ave a ser agressiva com você e outros membros da família, tornar-se possessiva, arrancar as próprias penas, jogar ovos fora, gritos ou até mesmo gerar uma frustração que pode resultar em um problema comportamental bem difícil de resolver.
Como fazer carinho de forma correta
O carinho na ave pode ser feito principalmente na cabeça (incluindo o topete, no caso das calopsitas) e no pescoço. Passe o dedo no sentido contrário ao das penas, em um movimento de trás para frente, com muito cuidado e delicadeza. Você também pode tocar ou acariciar o bico do pássaro suavemente. Uma coçadinha abaixo do bico também costuma ser apreciada. Lembrete: não desça além do pescoço!
Mude o toque gradualmente para as laterais da cabeça da ave. Você pode tentar afagar a pele logo atrás do bico e nas laterais da cabeça se o animal parecer relaxado e confortável. As aves também costumam gostar de carinho ao redor das orelhas, mas tome cuidado com a área ao redor dos olhos.
Alguns pássaros, como os papagaios, permitem um carinho nas patas. No entanto, cuidado. Só toque nelas se houver total confiança, para não ter o risco de você levar uma bicada nada amigável. Caso seu pássaro aceite tal carinho, você pode aproveitar para lixar suas unhas.
Por fim, seja paciente e sempre trate sua ave com muita delicadeza. A maioria das aves precisa de um tempo para se acostumar com a interação humana. Às vezes, esse processo leva meses ou até anos. Geralmente, essa interação torna-se fácil quando a ave é habituada ao toque desde bem filhote.
É primordial respeitar o espaço da ave, não forçá-la a nada com o qual não se sinta confortável e sempre observar seu comportamento. Quando você ganhar a confiança de sua pet de penas, você terá uma companheira e tanto.
Por MB.