
Ver seu animal de estimação com diarreia pode ser bem assustador para qualquer tutor. De repente, a rotina muda, e a preocupação com a saúde do seu amigo peludo toma conta. Para entender e lidar com essa condição comum em cães e gatos, é crucial saber diferenciar um episódio leve de algo mais sério, agindo corretamente para garantir o bem-estar e a rápida recuperação do seu pet. Quando não tratada adequadamente, essa alteração intestinal pode levar a complicações sérias, especialmente a desidratação.
A seguir, vamos desvendar os mistérios da diarreia em cães e gatos, explicando os sinais de alerta que indicam a necessidade urgente de um veterinário e os primeiros passos que você pode tomar em casa para ajudar seu companheiro. Acompanhe as dicas para lidar com essa situação da melhor forma possível, sempre pensando na saúde e conforto do seu pet.
O que é a diarreia em pets?
A diarreia é caracterizada por fezes moles, líquidas ou com aumento significativo na frequência e volume das evacuações. Ela não é uma doença em si, mas sim um sintoma. Pode ser um indicativo de diversas condições, desde uma simples indiscreção alimentar (quando o pet come algo que não deveria), uma mudança brusca na dieta, estresse, até problemas de saúde mais graves como infecções virais (parvovirose, cinomose), parasitárias (vermes, giárdia), inflamações intestinais, ou até mesmo condições sistêmicas. Entender essa amplitude ajuda a compreender por que a observação dos outros sintomas é tão importante.
Sinais de diarreia séria em cães e gatos
Nem toda diarreia é igual. Alguns sinais específicos indicam que a situação é mais séria e exige atenção veterinária imediata, pois podem levar a complicações rápidas e perigosas para a vida do seu pet. Fique atento a esses indicadores:
Sinais urgentes de diarreia
- Vômito constante: Se a diarreia vier acompanhada de vômitos frequentes e incontroláveis, há um risco elevado de desidratação severa e rápida. O vômito impede a absorção de líquidos e nutrientes, agravando o quadro.
- Apatia extrema: Um pet muito quieto, letárgico, sem energia, que não responde a estímulos ou está prostrado é um sinal grave. Isso pode indicar dor intensa, fraqueza devido à desidratação ou uma doença sistêmica.
- Dor abdominal: Observe se o pet se encolhe, geme, arqueia as costas, ou reage com dor ao toque na região da barriga. Dor abdominal pode ser sinal de inflamação grave ou obstrução intestinal.
- Febre: Corpo quente ao toque, ou se tiver um termômetro, uma temperatura acima de 39,5°C é um indicativo de processo inflamatório ou infeccioso sério.
- Sangue nas fezes: A presença de sangue é sempre um sinal de alerta máximo. Pode ser sangue vivo (vermelho brilhante, indicando sangramento na parte final do intestino) ou escuro (parecendo borra de café ou gelatina, o que sugere sangramento mais alto no trato digestivo). Ambas as situações requerem atenção veterinária urgente.
- Diarreia persistente: Se a diarreia durar mais de 24 horas em um animal adulto, mesmo sem outros sintomas graves, a preocupação aumenta. Em filhotes e idosos, esse tempo se reduz para poucas horas. A perda contínua de líquidos e eletrólitos pode ser fatal.
- Filhotes e idosos: Animais nessas fases da vida são muito mais vulneráveis à desidratação e a complicações devido à diarreia. Seus sistemas imunológicos são mais frágeis (filhotes) ou já comprometidos (idosos), e a diarreia pode debilitá-los rapidamente. A diarreia em um filhote ou idoso é quase sempre uma emergência.
Primeiros socorros para diarreia em casa
Para casos leves de diarreia, sem nenhum dos sinais de alerta graves mencionados acima, você pode tomar algumas medidas iniciais para tentar estabilizar seu pet em casa. Lembre-se, estas são apenas ações de primeiros socorros e não substituem a avaliação veterinária se a situação não melhorar ou piorar.
- Jejum de alimento: Suspenda a oferta de alimentos sólidos por um período de 12 a 24 horas (para cães adultos e gatos). Isso dá um “descanso” essencial ao sistema digestivo, permitindo que o intestino se recupere e diminua a irritação.
- Água à vontade: Ofereça água fresca e limpa em abundância e de forma constante. A hidratação é crucial para evitar a desidratação causada pela perda de líquidos nas fezes. Se o pet não beber, tente oferecer pequenas quantidades com uma seringa (sem agulha) a cada hora.
- Dieta leve: Após o período de jejum, reintroduza alimentos leves em pequenas porções e com alta frequência (ex: 3 a 4 refeições pequenas ao dia). Boas opções são frango cozido e desfiado (sem pele e ossos), ou arroz branco cozido (sem temperos, apenas água). Essa dieta “brando” é fácil de digerir e ajuda a firmar as fezes. Aumente gradualmente a quantidade e, em poucos dias, comece a misturar com a ração habitual, até retornar completamente à dieta normal.
- Probióticos: Converse com seu veterinário sobre o uso de probióticos específicos para pets. Eles podem ser muito úteis para restabelecer a flora intestinal saudável, que é desequilibrada durante episódios de diarreia. Nunca use probióticos humanos sem orientação, pois a flora intestinal de pets é diferente.
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Quando procurar o veterinário
É fundamental saber o momento certo de buscar ajuda profissional. Se o seu pet apresentar qualquer um dos “sinais de alerta” mencionados anteriormente (vômito constante, apatia, dor, febre, sangue nas fezes, persistência ou se for filhote/idoso), procure um veterinário imediatamente. Não espere!
Além disso, se a diarreia não melhorar em 24 horas (para cães e gatos adultos) ou poucas horas (para filhotes e idosos), mesmo com os primeiros socorros em casa, é hora de ir ao veterinário. Apenas um profissional pode diagnosticar a causa exata da diarreia por meio de exames e indicar o tratamento adequado, que pode incluir medicamentos, fluidoterapia (soro), ou outras intervenções.
Lembre-se que cuidar da saúde do seu pet é um ato de amor e responsabilidade. Estar atento aos sinais e saber quando buscar ajuda profissional faz toda a diferença na recuperação e no bem-estar do seu companheiro peludo. A intervenção precoce pode salvar vidas.
Por MB.
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