As florestas tropicais abrigam uma grande biodiversidade, da qual fazem parte criaturas fantásticas e cativantes. Entre os animais da ordem Lepidoptera, não há como não se impressionar com a borboleta capitão-do-mato (Morpho helenor), que pode ser encontrada na América Central e do Sul, especialmente no Brasil, na Costa Rica e na Venezuela, embora seu habitat também se estenda à América do Norte.

A capitão-do-mato é uma das mais de 65 espécies de borboletas que pertencem ao gênero Morpho. Também é uma das maiores do mundo, medindo cerca de 15 centímetros de comprimento e com envergadura de até 20 centímetros – sendo que os machos são maiores que as fêmeas.

Com uma coloração muito peculiar, essa espécie de artrópode pertencente à classe Insecta e à família Nymphalidae, pode ser observada nas horas mais quentes do dia. Essas borboletas apresentam uma cor azul vívida e asas brilhantes que refletem a luz, tornando-as fáceis de serem detectadas em meio à vegetação das florestas, nas proximidades de córregos e cachoeiras.

Mas, de fato, elas não são azuis. Sua cor natural, com as asas dobradas, é marrom, com características que simulam olhos (mimetismo que afasta os predadores quando estão em repouso). A tonalidade das asas abertas provém do reflexo da luz em escalas microscópicas nas minúsculas escamas – fenômeno conhecido como coloração estrutural.

Fatos sobre a borboleta capitão-do-mato

Essas borboletas têm um voo caracteristicamente lento, como se estivessem balançando, pois são nativas de áreas tropicais com muita vegetação, por isso mudam constantemente de rumo.

Elas vivem sozinhas e independentes, apenas se reunindo para acasalar. Possuem hábitos diurnos e à noite se camuflam graças às suas cores miméticas.

O nome “morpho”, segundo os biólogos, se deve ao fato de que essas borboletas parecem mudar de forma quando voam.

Esses insetos não emitem som. Eles têm o chamado órgão Vogel que é análogo a um ouvido timpânico, com o qual podem detectar o voo de pássaros predadores.

Essas borboletas descem para o solo da floresta tropical para se alimentar e muitas vezes voam para clareiras para se aquecer ao sol.

A alimentação é líquida. Essas borboletas têm uma língua enrolada chamada probóscide, que funciona como um canudo para sugar, sobretudo frutos em decomposição. Embora durante a fase larval se alimentem de uma grande variedade de plantas.

A tonalidade azul vibrante das asas é importante para a reprodução, pois atrai os parceiros. A fecundação é interna e a espécie chega a colocar entre 200 e 500 ovos na parte inferior das folhas.

São quatro os estágios de vida: ovo (dura de 8 a 10 dias), larva (dura de 59 a 61 dias), pupa ou crisálida (dura 15 a 16 dias) e adulta (seu tempo de vida é de 8 a 10 semanas).

Seus sensores gustativos estão localizados nas patas. Portanto, quando uma borboleta do gênero Morpho pousar em sua pele, lembre-se “ela estará saboreando você”. Em muitas regiões, há quem considere esse contato ou o avistamento de uma capitão-do-mato como um sinal de “boa sorte”.

Por MB.