
Da mesma forma que os seres humanos, os cachorros também roncam e, embora na grande maioria dos casos seja completamente normal, há alguns em que o ronco pode ser um sintoma de obstrução das vias aéreas, de obesidade ou outros fatores.
“Em sono profundo, eles roncam. Às vezes, bem alto, como muitos humanos”, comenta o veterinário Alberto Barbosa.
Segundo o especialista, os cães também podem ser alérgicos a algumas substâncias que obstruem o nariz e causam o ronco. A raça também é um dos elementos mais determinantes, já que os cachorros de algumas raças roncam muito mais do que outras.
“Raças de focinho achatado (chamadas braquicefálicas) como buldogue, pug e boxer, e com tendência a obesidade são as mais propensas. Mas, se o animal ronca demais, alto e é algo frequente, o ideal é sempre procurar um médico veterinário para avaliar se há algum problema de saúde que deve ser investigado e tratado”, destaca Alberto.
O formato da cabeça, nariz e narinas faz com que as mucosas se acumulem e dificultem a respiração. Neste caso, o ronco é devido à própria fisionomia do animal. A seguir, listamos algumas das raças caninas que mais roncam:

Pug
Pug, uma palavra antiga que no século 18 era usada para descrever outros termos como “gnomo, diabrete, nariz achatado ou pequeno macaco”, veio definir este charmoso e um dos mais requintados dos cães. De pequeno porte, ele tem um caráter sociável, alegre e amoroso, por isso é excelente como animal de estimação. Os problemas de saúde estão relacionados ao formato plano da face, que possui bastante rugas. O focinho é achatado e a trufa nasal, preta.
Bulldog francês
O bulldog francês, ou buldogue francês, é um cãozinho musculoso, compacto, ativo, de natureza afetuosa e confiável. Uma de suas características marcantes são as orelhas, que se assemelham às de um morcego. É um cão de raça de companhia e se dá muito bem com crianças. Assim como os pugs, eles suportam mal o calor por causa de estrutura braquicefálica do focinho. Por isso, em especial em tempo quente, deve-se evitar os exercícios intensos que causam no animal uma respiração difícil.

Boxer
Dotado de uma energia que parece inesgotável, o boxer é uma das personalidades mais cativantes do mundo canino. A raça só veio a se tornar conhecida na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial, mas, a partir de então, ganhou enorme popularidade como cão de companhia e de guarda. De porte médio, possui cabeça quadrada, com focinho largo e profundo, com trufa nasal arrebitada, grande e de cor preta, com uma linha grande entre as narinas.
Shih tzu
A pelagem delicada e longa é talvez a responsável pelo seu nome, que significa “cão leão” em chinês. Brincalhão e ativo, é um divertido cão de companhia e, sim, é também um excelente guardião da casa e da família, apesar de seu tamanho – não mais que 26,7 cm de altura. Possui cabeça grande, com um canal nasal curto e quadrado, trufa nasal arrebitada ou nivelada com narinas abertas. Tome cuidado para não esforçar demais o cãozinho, com atividades físicas intensas.
Pequinês
Os cães pequineses são corajosos, combativos e leais. Eram venerados na China como uma semidivindade: os cidadãos tinham de reverenciá-lo e roubar um deles significava pena de morte. Possuem focinho amplo e enrugado e são propensos a problemas respiratórios. Exigem, portanto, cuidados quanto ao seu estado de saúde. Uma curiosidade: o pequinês foi um dos dois cães que sobreviveram ao naufrágio do Titanic, o outro era um spitz alemão.

Shar Pei
Essa criatura de pele abundante e cheia de rugas chama atenção por onde passa. Seu nome deriva de sua pelagem cerdosa e eriçada – significa “pele de tubarão” ou “lixa” em chinês. É bem comportado, independente e ama as pessoas. Além da anatomia braquicefálica, também são cães propensos ao entrópio (reviramento da margem das pálpebras), uma doença da visão que pode levar à cegueira se não for tratada prontamente. Caminhadas e corridas leves são excelentes para exercitá-lo e evitar a obesidade.
Chow Chow
O chow chow é um cão exótico, de aspecto leonino e que tem uma característica anatômica única: a boca e a língua na cor violeta escura ou preta. Há dois mil anos, já vivia na China e era utilizado para guardar rebanhos, como cão de tração e de caça. Os chineses comiam a sua carne e negociavam sua pele. O Ocidente o descobriu no final do século 19. Muito fiel ao tutor, agitado e sensível, deve ser tratado com carinho e também com firmeza. É um cão que detesta ficar preso. Também evite sujeitá-lo a temperaturas altas.
Por MB.