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Conheça Matí, a onça-pintada que participa da novela ‘Pantanal’

Matí é uma onça-pintada de 3,5 anos de idade que nasceu e foi criada em cativeiro. Foto: Instituto NEX

Impossível lembrarmos da novela “Pantanal”, da TV Globo, sem lembrarmos de Juma Marruá, personagem que se transforma em onça-pintada! Para gravar as cenas onde tanto Juma quanto sua mãe, Maria Marruá, se transformam no felino, a produção da novela precisava de uma estrela para protagonizar o papel, e essa estrela foi a Matí!

Para fazerem uma cena com uma onça-pintada de verdade, não seria possível filmar com animais selvagens, portanto a equipe da novela foi atrás de alguma instituição séria e respeitada que trabalha com onças ex-situ (em cativeiro). A instituição escolhida foi o Instituto NEX, uma associação sem fins lucrativos que mantém um Criadouro Científico para Fins de Conservação, que atua na criação e manutenção de animais silvestre para conservação de espécies ameaçadas. O NEX trabalha desde 2001 com conservação de animais silvestres que não podem ser devolvidos para a natureza.

A equipe do instituto aceitou o convite com o objetivo de mostrar ao mundo a importância da onça-pintada para o meio ambiente, trazendo visibilidade para a causa. Segundo Daniela Gianni, gerente do NEX, a luta do instituto é para conscientizar as pessoas sobre o respeito à vida e à liberdade que as onças merecem, assim como todos os outros seres vivos. Ainda de acordo com ela, é importante aproximar as pessoas da natureza para que se sintam mais perto destes animais, combatendo assim o preconceito, a repulsa, a aflição ou até mesmo a falta de conhecimento que muita gente sente em relação aos animais selvagens.

Temperamento foi decisivo para a escolha

Matí, uma fêmea de onça-pintada de 3,5 anos de idade que nasceu e foi criada em cativeiro, foi a onça que o NEX escolheu para esse personagem. Ela foi escolhida por seu temperamento mais calmo e por estar acostumada a outros seres humanos. Matí nasceu em um criadouro conservacionista e com 2 anos ela foi para o Nex através de um programa de intercâmbio genético entre os criadouros.

O bem-estar da Matí: Para garantir o conforto e tranquilidade ao longo dos 6 dias de gravação, algumas ações foram tomadas durante o transporte e as gravações das cenas, como:

Ar-condicionado e água fresca sempre à disposição;
Muito silêncio;
Poucos profissionais escalados para as gravações;
Monitoramento constante da área para evitar a aproximação de qualquer outro animal;
Intervalos constantes nas gravações para o animal descansar;
Equipe profissional sempre acompanhando o trabalho de perto;
2 veterinários e 1 bióloga na equipe;
Equipe extremamente respeitosa e profissional.

Segurança da equipe: Para garantir que nada saísse do controle, muitas medidas foram tomadas para a segurança da equipe e da própria Matí, tais como:

2 cabos de aço de 3 metros cada conectados à coleira da Matí.
2 tratadores/condutores durante as cenas, cada um segurando a ponta de cada cabo, de modo que ela não conseguia ter acesso a eles e nem as pessoas, mas que, ao mesmo tempo, não a apertava nem puxava.
2 veterinários com zarabatanas e pistolas anestésicas para sedá-la em caso de fuga.
1 médico com todo equipamento para primeiros-socorros necessários
6 seguranças fazendo ronda no perímetro de onde ela estava gravando, para não permitir nenhum outro animal se aproximar
Tudo dentro da legalidade
Toda essa ação foi realizada em parceria com os órgãos ambientais competentes, com todas as licenças ambientais necessárias. O IBAMA, CENAP, IMASUL e SEMAD-GO autorizaram a realização dessa filmagem, desde o transporte até as acomodações no Pantanal.

Texto: Gustavo Figueirôa. Biólogo/Diretor de Comunicação – Instituto SOS Pantanal