
Em breve, milhares de filhotes de tartarugas marinhas vão eclodir de seus ninhos rumo ao mar no litoral brasileiro. É que vai começar a temporada de desova desses quelônios por aqui.
De acordo com a Fundação Projeto Tamar, que desde a década de 1980 se dedica à preservação e estudo desses animais, existem sete espécies de tartarugas marinhas no mundo, sendo que cinco delas se reproduzem no Brasil: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea), tartaruga-verde (Chelonia mydas) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea).
A partir de setembro e outubro, pesquisadores da instituição vão intensificar o monitoramento de quase 800 quilômetros de praias continentais, distribuídas ao longo de cinco estados brasileiros – Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte.

Como será feito o monitoramento
Durante este período, os pesquisadores percorrerão as praias, logo nas primeiras horas da manhã, para identificar, marcar e proteger os ninhos de tartarugas espalhados pela areia. Já à noite a atenção é voltada às fêmeas que sobem às praias para desovar. Esses animais são identificados com marcas de metal, medidos e um pequeno pedaço de sua pele é coletada para estudos genéticos, entre outros.
Entre 45 e 60 dias, os ovos nascem e uma nova fase do trabalho dos pesquisadores tem início: a escavação dos ninhos eclodidos para coleta e análise dos dados relativos à espécie, tempo de incubação e taxa de eclosão etc.
Segundo o Projeto Tamar, nas ilhas oceânicas de Trindade e no arquipélago de Fernando de Noronha as atividades reprodutivas das tartarugas-verde só começam em dezembro, estendendo-se até junho. Esta é a única espécie que se reproduz nestes locais.

Principais ameaças às tartarugas marinhas
O período reprodutivo das tartarugas marinhas exige muito foco e dedicação das equipes de pesquisadores, pois não trata-se apenas de coletas de dados para estudos científicos. Eles também têm como missão proteger esses répteis das muitas ameaças que enfrentam. Os perigos vão desde a incidência de luz artificial nas praias, trânsito de veículos na areia, distúrbio nos ninhos até o ataque de animais silvestres ou domésticos às fêmeas, ovos e filhotes.
ESPÉCIES QUE SE REPRODUZEM NO BRASIL

Tartaruga-cabeçuda
Nome científico: Caretta caretta
Tamanho: 70 a 95 cm, em média
Peso: 80 a 200 kg, em média
Estado de Conservação: Em perigo
Classificação superior: Caretta
Classe: Reptilia
Espécie: C. caretta
Família: Cheloniidae

Tartaruga-de-pente
Nome científico: Eretmochelys imbricata
Tamanho: 60 a 100 cm de comprimento
Peso: 73 e 101,4 kg, em média
Estado de Conservação: Em perigo crítico
Classificação superior: Eretmochelys
Classe: Reptilia
Espécie: E. imbricata
Família: Cheloniidae
Filo: Chordata

Tartaruga-oliva
Nome científico: Lepidochelys olivacea
Tamanho: 61 cm, no máximo
Peso: 50 kg, no máximo
Estado de Conservação: Vulnerável
Classificação superior: Lepidochelys
Classe: Reptilia
Espécie: L. olivacea
Família: Cheloniidae
Filo: Chordata

Tartaruga-verde
Nome científico: Chelonia mydas
Tamanho: até 1,5 m de comprimento
Peso: 68 a 190 kg, em média
Estado de Conservação: Em perigo
Classificação superior: Chelonia
Classe: Reptilia
Espécie: C. mydas
Família: Cheloniidae

Tartaruga-de-couro
Nome científico: Dermochelys coriacea
Tamanho: 1,8 m a 2,2 m de comprimento
Peso: 250 a 700 kg, em média
Estado de Conservação: Vulnerável
Classe: Reptilia
Ordem: Testudinata
Família: Dermochelyidae
Espécie: D. coriacea
*Quer saber mais sobre as tartarugas marinhas e conhecer o Projeto Tamar? Visite o site da fundação: www.tamar.org.br
MB com informações do Projeto Tamar