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Mamíferos evoluíram rapidamente quando os dinossauros foram extintos

Representação das três espécies de mamíferos antigos. Ilustração: Banana Art Studio/Reprodução

Os paleontologistas identificaram três novas espécies de mamíferos placentários chamados condilartros (ungulados arcaicos) a partir de fósseis encontrados em Wyoming, nos Estados Unidos. As descobertas, descritas em um estudo publicado na última semana no “Journal of Systematic Palaeontology“, sugerem uma rápida evolução dos mamíferos logo após a extinção catastrófica dos dinossauros.

Miniconus jeanninae, Conacodon hettingeri e Beornus honeyi são as três novas espécies descritas para a ciência. Esses animais viveram no que hoje é os Estados Unidos entre 66 e 63 milhões de anos atrás (época do período Paleoceno), logo após a extinção em massa do fim do Cretáceo, que exterminou os dinossauros não-aviários.

“Estudos anteriores sugerem que nas primeiras centenas de milhares de anos após a extinção dos dinossauros havia uma diversidade de espécies de mamíferos relativamente baixa em todo o Interior Ocidental da América do Norte. Mas a descoberta de três novas espécies escavadas na Bacia da Divisória Continental, no sul do Wyoming, sugere uma rápida diversificação após a extinção ”, disse o Dr. Atteberry.

Para identificar as criaturas, os cientistas estudaram os dentes e os ossos da mandíbula de 29 espécies de condilares fósseis. Depois, compararam os achados com outros fósseis de animais condilares do Paleoceno da América do Norte para traçar as diferenças anatômicas entre elas.

Todas as espécies descobertas pertencem à família Periptychidae, mamíferos placentários extintos. Eles se distinguem dos outros condilares por seus dentes, que possuem pré-molares avantajados e estrias verticais de esmalte incomuns.

Fósseis dos animais analisados pelos cientistas. Foto: Madelaine R. Atteberry/Reprodução

A maior espécie das três é Beornus honeyi, que é mais ou menos do tamanho de um gato doméstico. Devido a seus molares extragrandes, seu nome científico faz referência ao personagem Beorn do livro “O Hobbit”, de J. R. R. Tolkien.

Os pesquisadores presumem que esses animais eram onívoros, porque desenvolveram dentes que lhes permitiam esmagar plantas e carne. Mas isso não exclui a possibilidade de que fossem estritamente herbívoros.

“Quando os dinossauros foram extintos, o acesso a diferentes alimentos e ambientes permitiu que os mamíferos florescessem e se diversificassem rapidamente em sua anatomia dentária e evoluíssem em tamanho corporal maior”, destacou a Dra. Madelaine Atteberry”, pesquisadora do Museu de História Natural da Universidade do Colorado, nos EUA, e principal autora do estudo.

“Eles claramente aproveitaram essa oportunidade, como podemos ver pela radiação de novas espécies de mamíferos que ocorreu em um período de tempo relativamente curto após a extinção em massa”, completou.

Era dos Mamíferos

Como muitos tipos de mamíferos apareceram pela primeira vez logo após o evento que exterminou os dinossauros não-aviários há 66 milhões de anos, esse período costuma ser considerado o início da ‘Era dos Mamíferos’.

Essas três novas espécies de condilares constituem apenas uma pequena porcentagem dos mais de 420 fósseis de mamíferos descobertos na Bacia da Divisória Continental. “Ainda não capturamos totalmente a extensão da diversidade dos mamíferos no início do Paleoceno e prevemos que várias outras novas espécies serão descritas”, contou Atteberry.