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Matinta-Pereira: reza a lenda que ela é o Saci-Pererê em forma de ave

Sua coloração é pardo-amarelada, com manchas escuras na parte superior das asas. Fotos: Canva.com

A matinta-pereira é uma ave misteriosa, de assobio estridente e sombrio que não se sabe de onde vem e é inspiradora de diversos contos folclóricos e canções. É também conhecida por uma variedade de nomes: saci, martim-pererê, martimpererê, matintaperera, peito-ferido, piriguá, roceiro-planta, seco-fico, sede-sede, tempo-quente e crispim, entre tantos outros.

Em alguns cantos do Brasil, há quem diga que essa ave, cujo nome científico é Tapera naevia, é o Saci-Pererê em uma de suas formas. Mas há ainda uma lenda, muito popular na região amazônica, que associa o pássaro a uma velha bruxa de uma perna só, que vaga à noite agourando os lugares, pedindo café e tabaco para seu cachimbo e assustando as pessoas. A quem não atende seus desejos, ela amaldiçoa a todos da casa.

Sua coloração é pardo-amarelada, com várias manchas escuras na parte superior das asas. Mede entre 26 e 30 cm, ostenta um topete avermelhado e se divide em duas subespécies, uma das quais ocorre ao Norte e Leste e a outra no Sul do Brasil.

Ave se divide em duas subespécies, uma das quais ocorre ao Norte e Leste e a outra no Sul do Brasil

Ficha técnica e curiosidades:

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Cuculiformes
Família: Cuculidae
Gênero: Tapera
Espécie: T. naevia

Nome científico: Tapera naevia

Distribuição: Ocorre por todo o Brasil, México, Argentina e Bolívia.

Características: Mede entre 26 e 30 cm de comprimento. O macho pesa de 40 a 58,4 gramas e a fêmea de 40,4 a 59 gramas.

Alimentação: Insetívora, come insetos adultos e lagartas.

Reprodução: Sua postura costuma ocorrer em ninhos de outras aves, principalmente das espécies joão-teneném e curutié. Cabe aos pais adotivos a tarefa de chocar e criar os seus filhotes, que deixam o ninho com 18 dias de vida, em média.

Hábitos: Solitária, vive sozinha e é de difícil observação, embora seja fácil de ouvir seu canto. Ocupa áreas abertas próximas a matas.

Curiosidades: São muitas as lendas associadas à matinta-pereira. Uma delas é de que a ave seria uma velha bruxa vestida de preto que sobrevoa as casas das redondezas durante à noite, momento em que ela se torna um pássaro e pousa nos telhados e muros, emitindo um canto alto, para que notem sua presença. Nesse momento, um dos moradores diz que vai lhe oferecer um agrado. No dia seguinte, voltando à forma de velha andarilha, ela retorna às residências para receber o que lhe foi prometido. Se não lhe for entregue, uma maldição é proferida.

Na região amazônica, povos indígenas acreditam que esta ave é mensageira dos parentes mortos.

Também na região Norte, há o mito de que a ave seria, na verdade, um pequeno índio de uma perna só e com um gorro vermelho, semelhante ao Saci-Pererê.

Além do folclore, essa ave também é citada na canção “Águas de Março”, de Tom Jobim (1927-1994), e na música “Matinta”, da banda brasileira Armahda.

Por MB.