Assim como o diabetes mellitus requer atenção em humanos, essa doença endócrina pode afetar significativamente a vida do seu querido animal de estimação. É possível controlar a condição, mas a maioria dos gatos diabéticos precisa de cuidados diários de longo prazo. Não existe uma solução única e fácil para a síndrome.
O diabetes mellitus é uma das doenças endócrinas mais comuns em felinos domésticos. É caracterizada pelo aumento da concentração de glicose (açúcar) no sangue e surge com mais frequência no animal adulto, com mais de cinco anos e, principalmente, em gatos obesos. “Essa condição ocorre quando o organismo de um gato não produz insulina, que é o hormônio regulador da taxa de açúcar) ou não produz insulina suficiente”, comenta o veterinário Ernani de Castilho.
Semelhante aos humanos, nos gatos existe diabetes tipo I e tipo II (a mais comum nos felinos).
É preciso saber que a má alimentação colabora com esse quadro (abuso de açúcar e de doces) e pode provocar uma hipersecreção de insulina pelo pâncreas. “É por isso que enfatizamos tanto aos tutores que não se deve dar doces, sorvetes, massas e outros lanches que costumamos comer para os gatos. A alimentação correta é sempre ração de boa qualidade, que tem todos os nutrientes necessários e em equilíbrio para a saúde do animal. Manter o gato com uma alimentação adequada e peso saudável é a melhor coisa que o tutor pode fazer como forma de prevenção”, frisa Ernani.
Determinados medicamentos, como os corticoides e os estrógenos, também favorecem o surgimento do diabetes.
Sintomas
Os gatos diabéticos apresentam aumento de sede e da quantidade de urina eliminada – os tutores podem perceber quando as caixas sanitárias estão com maior volume de xixi e areia tem que ser reposta com maior frequência que o habitual. Outros sintomas vão surgindo, com o avanço da doença. O animal emagrece, vomita e sua urina tem um odor forte característico (não raro, chega a atrair formigas, devido ao alto teor de açúcar). Na falta de cuidados, ele pode entrar em estado comatoso e morrer.
Diagnóstico
O diagnóstico da diabetes é feito pelo veterinário, por meio de exames de sangue e de urina. “A urina de um animal saudável não contém glicose e a quantidade de glicose no sangue estará em um nível normal. Mas, em gatos diabéticos, a urina concentra açúcar e a glicose na corrente sanguínea fica mais alta do que deveria”, explica Ernani de Castilho.
O tratamento consiste na injeção de insulina uma ou duas vezes ao dia. Também é preciso submeter o gato diabético a dietas específicas (há, inclusive, rações especiais para animais diabéticos, cuja recomendação deve ser feita pelo veterinário).
O veterinário também ensinará o tutor a manusear e armazenar adequadamente a insulina, monitorar a glicose no sangue e reconhecer os sinais de hipoglicemia (que pode acontecer se o gato receber muita insulina).