A prática de deixar comida disponível o tempo inteiro para os cães é conhecida como “alimentação livre”. Em outras palavras, os cachorros podem consumir quando (e o quanto) quiserem a ração – que é tecnicamente deixada de fora da embalagem e fica exposta no comedouro o dia todo.

Outros métodos básicos de se alimentar um cão são: por tempo controlado ou quantidade controlada.

De fato, o método de alimentação livre requer menos trabalho para o tutor. E para os doguinhos é um deleite. Afinal, é como ter acesso o dia todo a um banquete (mas com apenas um tipo de comida servida), que está sempre disponível. Mas, será que toda essa praticidade é recomendável?

“Não há problemas deixar a ração seca disponível no pote o dia todo, mas se isso não for uma prática diária, apenas eventualmente. Trata-se de um método que não permite o controle da alimentação. Apesar da praticidade para o tutor, pode haver o desequilíbrio no consumo – podendo ser excessivo ou insuficiente. Também não é indicado deixar o alimento livre no caso de animais obesos ou com problemas digestivos. Aliás, ao primeiro sinal de obesidade, é muito importante não fornecer alimento em excesso”, observa o veterinário Júlio César de Castro Cavalcante.

Outra questão no método de consumo livre é a perda do aroma do alimento: “Há cães com paladar mais exigente e que podem se recusar a comer uma ração que perdeu seu cheiro e frescor. Sem falar que a comida deixada de fora pode atrair roedores ou insetos, como moscas e formigas.”

Alimentação sob controle

O sistema por tempo controlado implica o fornecimento de alimento apenas em horários pré-determinados, por exemplo, das 7h às 7h30. Nesse método, o tutor coloca alimento suficiente para que haja sobras, garantindo, assim, que o animal se sacie nos horários pré-estabelecidos.

Já na alimentação por quantidade controlada, o tutor define previamente uma quantidade, administrando esse volume em uma ou mais refeições diárias. “É o método mais recomendado e saudável, pois estabelece uma rotina para o pet. O ideal é equilibrar as necessidades nutricionais e oferecer ao cão adulto duas refeições ao dia”, orienta o veterinário.

O especialista ressalta que cães adultos e filhotes têm necessidades nutricionais e gastos energéticos diferentes. “É de suma importância dialogar com o veterinário para definir o melhor método de alimentação e também a escolha do alimento industrializado. Os filhotes, por exemplo, até os quatro meses, precisam se alimentar quatro vezes ao dia, em pequenas porções. Há ainda outros fatores que podem influir na rotina de alimentação, como idade, gravidez e lactação, entre outras condições que alteram as necessidades do animal. Quanto à quantidade, o tutor pode seguir as instruções do fabricante, encontradas na embalagem da ração.”