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O retorno da ararinha-azul: um triunfo da conservação na caatinga baiana

Ao todo, 52 aves foram repatriadas para o Brasil. Imagem: IA / ChatGPT

Após mais de duas décadas considerada extinta na natureza, a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) está de volta ao seu lar original na Caatinga, no estado da Bahia. Este feito histórico e monumental é resultado de um programa internacional meticulosamente planejado e coordenado pelo governo brasileiro em colaboração com o criadouro alemão Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP). Ao todo, 52 aves foram repatriadas para o Brasil, marcando o início de uma nova era para a espécie.

A reintrodução teve início em junho de 2022, quando 20 ararinhas, todas nascidas em cativeiro, foram liberadas em áreas protegidas no município de Curaçá. Desde então, novos filhotes nasceram em vida livre, um acontecimento inédito em décadas e um sinal promissor de que a espécie está se adaptando e prosperando. Para que isso fosse possível, o projeto incluiu um extenso trabalho de preparação, com ninhos artificiais instalados em árvores nativas como as caraibeiras, além de treinamentos de voo e socialização para garantir a melhor adaptação das aves.

A espécie: dados e características da ararinha-azul

A ararinha-azul é um psitacídeo de porte médio, medindo cerca de 55 a 57 cm de comprimento, com uma plumagem predominantemente azul-acinzentada. Ela possui um bico escuro e forte e uma distinta faixa nua e escura ao redor dos olhos. Sua dieta é variada, consistindo principalmente de sementes e frutas de árvores nativas da Caatinga, como a faveleira.

A espécie era endêmica de uma área restrita e ciliar da Caatinga, dependendo criticamente de matas de galeria ao longo de riachos e de árvores específicas para alimentação e reprodução. A principal ameaça que levou a sua extinção na natureza foi a destruição de seu habitat e o intenso tráfico ilegal de animais, que transformou a ave em uma das mais raras do mundo. A última ararinha-azul em vida livre foi vista em 2000, e desde então a espécie só existia em cativeiro.

O marco da conservação e o futuro da espécie

Especialistas em conservação consideram o retorno da ararinha-azul um dos maiores marcos globais na proteção de psitacídeos. A iniciativa é vista como “a reintrodução mais cuidadosamente planejada, executada e bem-sucedida já realizada com qualquer espécie” desse grupo de aves. Para garantir o sucesso a longo prazo, o projeto incluiu a criação de unidades de conservação, como o Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha-Azul e a Área de Proteção Ambiental (APA) da Ararinha-Azul, além de ações de restauração de seu habitat.

Mais do que apenas a recuperação de uma espécie, o retorno da ararinha-azul simboliza esperança para a conservação. A história dessa ave tem inspirado políticas ambientais mais ambiciosas e mobilizado comunidades locais, especialmente em Curaçá, para se tornarem guardiãs do seu bioma, protegendo-o contra ameaças passadas e futuras. O sucesso do projeto serve de exemplo e inspiração para outros esforços de conservação em todo o mundo.

Fontes:

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