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Animais que usam o campo magnético da Terra: conheça algumas espécies

Imagine que você está em uma floresta, em um percurso de carro ou navegando pelo mar. Acontece que, em certo momento, você se vê sem rumo, perdido no caminho. O que fazer? Bem, nesses casos é possível utilizar uma bússola ou um GPS para buscar uma orientação. Mas, observando a natureza, você já se perguntou como muitos animais, que são capazes de viajar milhares de quilômetros, como é o caso, por exemplo, das aves migratórias e das tartarugas marinhas, não se perdem?

Nós, humanos, dependemos muito de nossos sentidos – tato, olfato, visão e audição – para nos informar sobre o ambiente ao nosso redor. Mas, além desses sentidos, muitas espécies de animais contam com um superpoder: eles sentem a direção e a força do campo magnético da Terra.

Esse comportamento é chamado de alinhamento magnético – que é a orientação espontânea do eixo principal de um organismo em relação às linhas de campo magnético terrestre. Essa espécie de “bússola” no cérebro que alguns animais possuem é fundamental para que ocorram as migrações e grandes deslocamentos sem que eles percam sua localização geográfica norte-sul.

O que é o campo magnético?

O campo magnético, por sua vez, acontece pela movimentação do ferro líquido na parte mais externa do núcleo da Terra. Esse movimento cria uma corrente eletromagnética ao redor de todo o planeta. Isso faz com que o planeta se comporte como um grande imã, com uma polaridade magnética.

Nos animais, a detecção do campo magnético tem sido amplamente demonstrada. O cientistas conseguiram determinar isso ao longo do tempo através de estudos científicos, monitoramento de espécies, observações de campo e imagens de satélites. No entanto, o que continua sendo um mistério, é o mecanismo biológico pelo qual essa detecção é utilizada para que o sistema nervoso determine não só a localização geográfica, mas também a rota a seguir até o seu destino.

ANIMAIS QUE USAM O CAMPO MAGNÉTICO DA TERRA

A andorinha-do-Ártico (Sterna paradisaea) é a ave que faz a migração mais longa do mundo.
Fotos: Canva.com

Aves migratórias

As aves migratórias usam o campo magnético para não se perderem em suas migrações, terem a precisão de onde pousar e se reproduzir. Um exemplo é a andorinha-do-Ártico (Sterna paradisaea), ave que faz a migração mais longa do mundo, percorrendo mais de 70 mil km, em busca de clima mais quente. A espécie se reproduz nas águas frias do polo Norte, quando é verão neste hemisfério.

Além da ecolocalização, esses mamíferos também se orientam com o campo magnético

Morcegos

Além da ecolocalização para detectar obstáculos e presas, esses mamíferos também se orientam com o campo magnético.

Borboletas-monarca

Usam o campo para migrar anualmente dos Estados Unidos e do sul do Canadá até as montanhas Michoacán, no centro do México, onde passam o inverno.

Roedor africano cava seus ninhos sempre na parte sudeste de sua toca

Rato-toupeira-africano

Este roedor usa os sinais do campo magnético para fazer seus ninhos sempre na parte sudeste de sua toca.

Tartarugas marinhas

No caso das tartarugas marinhas, as informações do mapa magnético podem ser usadas para guiar uma tartaruga em direção a uma área específica (mesma praia onde desovam, por exemplo) ou para ajudá-la a avaliar sua localização aproximada ao longo de uma rota migratória transoceânica.

As jubarte migram para a costa brasileira no inverno e primavera para acasalar e amamentar os filhotes

Baleias jubarte

Esses mamíferos marinhos também podem fazer longas viagens para retornar ao seu local de reprodução.

Cães

Já notaram que eles ficam em círculos buscando a melhor posição antes de fazerem as necessidades? Pois eles alinham o corpo com o eixo norte-sul do planeta no momento em que defecam ou urinam. Estudos mais recentes também apontam que os cães usam o campo magnético para se orientar e pegar atalhos.