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Axolote: conheça esse anfíbio mexicano de aparência exótica

O axolote é um anfíbio com cerca de 20 cm de comprimento que parece ‘sorrir’. Fotos: Canvas

Não há como ficar indiferente a um axolote (Ambystoma mexicanum),uma espécie de salamandra mexicana. Conhecidos localmente – e injustamente, diga-se de passagem – como “monstros da água”, os axolotes têm uma aparência exótica que divide opiniões. Para alguns, essas criaturinhas de pele macia e cerca de  20 cm de comprimento são consideradas adoráveis, com um sorriso permanente no rosto. Para outros, esses anfíbios de quatro dedos são simplesmente bem estranhos.

Seja como for, não há como ficar indiferente a um axolote. Ao contrário da maioria dos anfíbios, o axolote não completa a metamorfose, sendo por isso uma salamandra com aspecto larvar mesmo no estado adulto. Esse fenômeno é conhecido como neotenia. Distingue-se pela presença de três pares de brânquias externas plumosas nos dois lados da cabeça, que parecem pequenos chifres, e pelas quais ele respira. Ele também realiza esse processo de respiração através da boca, pele e pulmões. A pele é escura, muitas vezes com manchas. Mas indivíduos albinos são comuns.

Além de sua aparência curiosa, estes animais despertam muito fascínio dos cientistas devido à sua grande capacidade de regeneração dos tecidos. Não importa quantas vezes axolotes perdem um membro, eles podem regenerá-lo sem problemas. Isso inclui reparar completamente sua cauda, ​​medula espinhal, metade de seu coração ou até mesmo partes do cérebro.

Mas os cientistas também descobriram que o axolote é mais de mil vezes mais resistente ao câncer do que qualquer outro animal. A criatura está sendo estudada extensivamente na esperança de que os pesquisadores médicos possam encontrar um grande avanço na luta contra o câncer em humanos.

Outro fato interessante é que o genoma do axolote é o maior já sequenciado, possuindo cerca de 32 bilhões de pares de bases, 10 vezes maior que o genoma humano.

Venerado pelos povos astecas

Na Antiguidade, os povos astecas eram fascinados pelos poderes regenerativos desses anfíbios e acreditavam que o primeiro axolote era um deus que mudou de forma para evitar ser sacrificado. Longe da imagem da criaturinha fofa que temos hoje, os astecas veneraram o anfíbio como uma manifestação de Xólotl, uma divindade terrivelmente poderosa que transportou os mortos para o submundo.

A espécie está agora em extinção e a preservação do axolote selvagem tornou-se uma grande preocupação para os conservacionistas mexicanos. O seu único habitat natural consiste nos lagos de Xochimilco e Chalco, próximos da Cidade do México, onde o governo local estima que existam apenas 700 a 1.200 desses anfíbios.

No Brasil, não existe uma permissão específica para a criação desses animais exóticos

Criação como pet exótico

Hoje, a maioria dos axolotes vive em cativeiro, onde podem ter uma expectativa de vida de até 12 anos. E são anfíbios bastante criados como animais de estimação exóticos. No Brasil, no entanto, não existe uma permissão específica para a criação desses animais. Apesar disso, eles são a única espécie de salamandra que pode ser criada em casa, embora mantê-los seja um tanto complexo, pois são muito sensíveis e precisam de cuidados especiais de manejo.

Por exemplo, os axolotes são basicamente sensíveis a fluxos de água muito elevados ou até médios. Preferem águas calmas, porém muito bem oxigenadas e limpas. Portanto, é muito importante providenciar uma ótima filtragem biológica e mecânica, sem muita correnteza. E o ideal é que vivam em um ambiente com temperatura da água entre 16°C e 20°C. 

Também vale ressaltar que estas criaturas não gostam de se misturar com peixes, pois suas guelras e pele macia o transformam em uma presa fácil.

Já a alimentação é carnívora. Na natureza, se alimentam basicamente de girinos e pequenos invertebrados, como insetos e minhocas.