A Doratifera Vulnerans, lagarta da mariposa mosqueada, é uma espécie comum encontrada no leste da Austrália, especificamente em Queensland. Seu nome significa” portador de dons de feridas”. Esses lepidópteros (ordem de insetos que inclui as borboletas e mariposas) são considerados lagartas venenosas e vêm sendo estudadas desde 2017. Por produzirem veneno que as protege de danos, elas desenvolveram suas defesas biológicas que exibem aglomerados de espinhos pontiagudos. Eles são colocados à mostra quando se sentem ameaçadas. Mas ela os recolhe, quando em segurança, para preservar o material tóxico que é secretado.
De acordo com o Dr. Andrew Walker, da University of Queensland, principal autor da pesquisa, essa lagarta venenosa pode ser uma abertura para novos medicamentos, biotecnologia como pesticidas e ferramentas científicas.
O veneno está se mostrando promissor e pesquisas mostram que ele contém 151 diferentes toxinas baseadas em proteínas de 59 espécies diferentes. Entre as toxinas foi encontrado um composto chamado cecropina, capaz de matar bactérias e parasitas ao romper suas membranas celulares. Ele também é o principal responsável pela dor aguda que o veneno da lagarta causa.
A equipe de pesquisa tem estudado o veneno e sua biociência que afeta os humanos. Eles descobriram que as toxinas ou peptídeos criados podem matar bactérias que variam da categoria normal aos patógenos causadores de doenças. Com sua alta potência natural, ele pode ser usado para pesquisas futuras que podem querer usar componentes naturais ou orgânicos.
Como outros insetos da ordem Lepidoptera, essas lagartas têm seus próprios peptídeos do sistema imunológico, por isso cada componente ainda está sendo estudado e analisado para produzir uma versão melhor e segura que possa fornecer novos medicamentos e processos biológicos.
Para identificar as referidas toxinas do veneno, os cientistas têm usado diferentes tipos de cromatografia líquida. Ao expressar o nível de ingestão possível de toxinas para os humanos, eles estão usando os níveis de expressão de toxinas para possivelmente fazer novas melhorias biológicas. Com os achados iniciais, destaca-se a imunidade, a ação antimicrobiana, antifúngica e antiparasitária do estudo.
Conheça as propriedades medicinais de outras espécies peçonhentas:
- Veneno de abelha
O veneno de abelha inclui uma variedade de substâncias químicas ativas, incluindo peptídeos e enzimas, que têm o potencial de curar inflamação e doenças do sistema nervoso central, como doença de Parkinson, doença de Alzheimer e esclerose lateral amiotrófica. - Veneno de vespa
Os cientistas acreditam que o veneno de uma vespa brasileira – conhecida cientificamente como Polybia paulista – pode ser utilizado como uma arma de combate ao câncer. De acordo com testes de laboratório, uma toxina na picada, chamada de peptídeo ou MP1, destrói as células cancerosas, mas não atinge as células saudáveis. Segundo os pesquisadores da Unesp de São José do Rio Preto, no interior paulista, o veneno da vespa pode ter uma maior eficácia contra as células cancerígenas da bexiga, da próstata e do sangue (leucemia). Em fase de testes experimentais, agora a pesquisa segue para uma nova etapa, com as células de laboratório. Em seguida será testada em animais. - Veneno de escorpião
Muitos estudos demonstraram que o veneno de escorpião é um excelente analgésico e terapia para doenças como lúpus e artrite reumatoide. Agora, pesquisadores da Universidade de Stanford e do México descobriram que o veneno de um escorpião localizado no leste do México contém características antibacterianas. - Veneno de víbora
O medicamento Captopril, ou Capoten, que combate e controla a hipertensão é feito com uma substância encontrada no veneno da jararaca brasileira. Desde a década de 1970, é o remédio mais vendido no mundo para o controle da pressão alta. Outros dois medicamentos, Eptifibatide e Tirofiban são produzidos utilizando os venenos da cascavel-anã e da víbora Echis carinatus. Esses fármacos são utilizados desde da década de 1990 para tratar a doença de angina e outras doenças cardíacas.
MB com Natural World News