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Este é o animal mais barulhento do planeta e está em risco de extinção

A cachalote (Physeter macrocephalus) é a maior das baleias dentadas, podendo pesar até 50 toneladas.
Fotos: Canvas

Você sabe qual é o animal mais barulhento do mundo? Lá vão algumas pistas: ele vive em águas marinhas, é um mamífero e também o maior predador com dentes.

Pois estamos falando da cachalote (Physeter macrocephalus), a maior das baleias dentadas – pode pesar até 50 toneladas e ultrapassar os 20 metros de comprimento -, que habita águas marinhas de todo o mundo e é o único membro vivo do gênero Physeter.

Barulhenta é pouco para definir esta espécie fantástica. O som que emite dobra o limiar de dor da espécie humana: dura apenas de 15 a 30 milésimos de segundo, mas pode atingir até 230 decibéis debaixo d’água. Para se ter uma ideia, uma conversa entre duas pessoas é de cerca de 60 decibéis.

Quando a barreira dos 100 decibéis é ultrapassada, os sons começam a ter um impacto negativo na saúde humana. Por exemplo, em terra firme, o som mais alto que pode ser propagado é de 194 decibéis – bem acima do nosso limite de dor de 140 decibéis. Com isso em mente, se a cachalote vivesse fora d’água, dá pra imaginar como seus ruídos poderiam afetar uma pessoa…

Ferramenta poderosa de comunicação

Graças aos gritos que emite debaixo d’água, a cachalote pode localizar facilmente outros espécimes. Portanto, funcionam como uma poderosa ferramenta para se comunicar e navegar. Seus ruídos podem ser ouvidos a vários quilômetros de distância e são tão altos que podem, literalmente, deixar suas presas – lulas gigantes e peixes – inconscientes antes de serem devoradas.

É como se a cachalote tivesse uma arma sônica embutida, tornando-a uma caçadora imbatível nas profundezas do oceano.

Esse mamífero marinho também possui o maior cérebro do reino animal

Maior cérebro do reino animal

Além de ser a espécie mais barulhenta do mundo, há outras curiosidades sobre a cachalote. Esse mamífero marinho tem o maior cérebro do reino animal: com massa de dez quilos, é cinco vezes mais pesado que o de um ser humano.

Sua enorme cauda, ​​que mede cerca de quatro metros de ponta a ponta, permite que as cachalotes se movam a uma velocidade de até 37 km por hora. Também realiza um dos mergulhos mais profundos dos cetáceos, podendo ficar sem vir à superfície para respirar por até uma hora. Pode mergulhar até 1.000 metros em busca de comida. Ah, e consome nada mais nada menos que 900 quilos de alimento por dia.

Com distribuição mundial, a cachalote migra sazonalmente para se alimentar e se reproduzir. A espécie apresenta dimorfismo sexual, onde o macho é maior que a fêmea, chegando a atingir 20,7 metros de comprimento. Possui cabeça grande e retangular, podendo ser quase 1/3 do seu tamanho e com diminutas nadadeiras peitorais.

As fêmeas e os machos jovens vivem juntos em grupos de até 40 indivíduos, enquanto os machos maduros vivem vidas solitárias fora da época de acasalamento.

A cada 20 anos as fêmeas dão à luz. O período de gestação é de aproximadamente 15 meses e nasce um único filhote. O parto é um evento social no qual o restante do grupo protege a mãe e o filhote. Já o tempo médio de vida de uma cachalote é de 70 anos.

Antigamente as cachalotes eram muito caçadas por conta da popularidade do livro “Moby Dick” (Herman Melville), para utilização de âmbar gris, secreção de seu estômago aplicada como fixador de perfumes, e do espermacete, órgão responsável pela flutuação e comunicação, rico em gordura, para produção de velas e óleo. Hoje em dia, uma das principais ameaças a esses cetáceos são as redes de pesca que ficam à deriva.

A espécie é protegida pela moratória da Comissão Baleeira Internacional e está listada como vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN/IUCN).

Classificação científica:

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Cetacea
Subordem: Odontoceti
Superfamília: Physeteroidea
Família: Physeteridae
Gênero: Physeter
Espécie: P. catodon

Por MB.