
Maior primata das Américas, o muriqui habita florestas tropicais densas. Há duas espécies reconhecidas atualmente, que se diferenciam pela coloração da face: o muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus) – que é entremeada de manchas claras – e o muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides), na qual é completamente negra.
Esses primatas apresentam uma pelagem clara, composta de pelos cinza, amarelos ou acastanhados. De hábitos diurnos, vivem predominantemente nos estratos mais altos das florestas tropicais. Locomovem-se por meio de movimentos de seus braços longos, auxiliados por uma cauda maior que o próprio corpo.
Folhas e brotos compõem mais de 50% da dieta da espécie, mas também frutas e sementes, que ajudam tanto a dispersar como também a realizar o replantio natural da floresta.
Os muriquis vivem em grupos formados a partir de oito indivíduos, que ocupam territórios de 70 a 168 hectares. Esses primatas possuem uma estrutura social bastante pacífica, na qual os machos convivem em harmonia. Quando estão no cio, as fêmeas copulam com vários machos do grupo, sem que haja conflitos. E também podem migrar em busca de novos parceiros, o que contribui para a variedade genética da espécie.

Caça ilegal e habitats reduzidos
Atualmente, a população da espécie é estimada em 2 mil muriquis – já foram 400 mil. O motivo de tamanho declínio deve-se à sua baixa agressividade, a seu tamanho e a ocupação de regiões que sofreram grande crescimento populacional. A destruição do habitat, o desmatamento e a caça ilegal são as grandes ameaças à sua sobrevivência.
Curiosidades
O muriqui-do-norte é também chamado de monocarvoeiro, devido a cor negra que traz na face. A espécie também é considerada a menos agressiva entre os primatas. Outro fato interessante é que eles têm o hábito de abraçarem-se quando se reencontram.

FICHA TÉCNICA
Muriqui-do-sul
Nome científico: (Brachyteles arachnoides)
Distribuição: espécie endêmica do Brasil – Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo
Muriqui-do-norte
Nome científico: (Brachyteles hypoxanthus)
Nomes comuns: muriqui, monocarvoeiro
Distribuição: espécie endêmica do Brasil – Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais
Habitat: florestas tropicais atlânticas densas
Hábito: diurno
Longevidade: 30 anos, aproximadamente
Tamanho: comprimento de 573 mm a 595 mm
Peso: entre 9,5 kg e 13 kg
Alimentação: folhas, frutos, néctar e sementes
Causas da extinção: caça ilegal e redução de habitat