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História do peru: saiba como essa ave se tornou o principal prato da ceia

Os perus foram, inicialmente, criados pelos povos indígenas da América do Norte. Foto: Pixabay

Quando chega o Natal, lá está ele como prato principal da ceia em muitos lares mundo afora: o Meleagris gallopavo, popularmente conhecido como peru.

Peru é a denominação atribuída às aves galiformes do gênero Meleagris. A espécie conhecida como peru-selvagem, nativa das florestas da América do Norte, passou por um longo processo de domesticação, resultando no peru-doméstico que conhecemos atualmente. Outra espécie viva é Meleagris ocellata ou peru-ocelado, nativo das florestas da Península de Iucatã.

Os perus foram, inicialmente, criados pelos povos indígenas da América do Norte, onde serviam para confecção de objetos a partir de suas penas. Somente após o século 12, passaram a integrar o cardápio desses povos. Assim, por volta dos séculos 14 e 16, passaram a ser utilizados também pelos astecas, como complementação em antigos rituais canibais, em culto ao Deus Sol.

Com a chegada dos europeus em terras americanas, por volta do século 16, a ave passou a ser conhecida. E por ser um pouco estranha, foi chamada de “galinha da Índia”, pois muita gente ainda confundia a América com as Índias Ocidentais.

“Em 1518, quando do início do contato entre os índios e espanhóis no processo colonizador do México, Hernán Cortés tomou conhecimento do peru como ave para alimentação exposta no mercado de Tenochtitlán, capital asteca, trazendo, após, alguns exemplares para a Europa”, cita o professor Carlos Roberto Antunes dos Santos, da UFPR (Universidade Federal do Paraná), em trecho do texto “História do peru na ceia de Natal”, de sua autoria. Leia o texto completo AQUI.

O peru já foi chamado de ‘galinha da Índia’. Foto: Pixabay

Chegando na Europa, a ave tornou-se quase que de imediato o prato principal nos jantares comemorativos, incluindo o de Natal. A importância dada ao peru, tanto nas Américas, incluindo o Brasil, na comemoração do nascimento de Cristo, transformou o ritual do jantar em ceia. E assim, o ritual passou a ser entendido como expressão simbólica do sucesso frente aos problemas cotidianos, ocorridos ao longo do ano.

Então, podemos perceber que, seja na alimentação, fabricação de objetos, ou até de forma simbólica, os animais sempre estão presentes na construção social. E não seria diferente com essa ave tão especial, que tem um papel muito importante na história de tantas culturas.

Seu nome científico é Meleagris gallopavo.
Foto: Pixabay

Ficha técnica do peru:

Nome científico: Meleagris gallopavo.

Nome em inglês: turkey.

Origem: Estados Unidos e México.

Habitat: pastos e campos.

Características: é uma ave geralmente cautelosa, com boa visão e audição. Possui hábitos diurnos, não migratórios e pode voar a curtas distâncias.

Comunicação: o “gorgolejo” é dado principalmente pelos machos, com o propósito de atrair as fêmeas.

Alimentação: pequenos vertebrados, folhas, verduras e grãos.

Reprodução: o macho é polígamo (tem muitas fêmeas). O ninho costuma ser cavado no chão. A fêmea põe de quatro a 15 ovos, que são incubados por 25 a 31 dias.

Tempo de vida: 14 anos, aproximadamente.

Curiosidades: o peru é uma das aves mais famosas do mundo. Na tradição americana, ela é servida em ocasiões especiais, como o Dia de Ação de Graças, assim como no Natal.

Agradecimento: Texto cedido pela zooarqueóloga Thayane Patusco, do Paleobichos.
Instagram: @paleobichos
Facebook: facebook.com/nanypatusco