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Pterossauros eram capazes de voar durante as primeiras fases da vida

Bando de Pterodaustro guinazui do período Cretáceo. Ilustração/Reprodução/Dr. Mark Witton

Os ossos do úmero dos pterossauros recém-nascidos eram mais fortes do que os dos pterossauros adultos. Isso indica que eles teriam sido fortes o suficiente para voar, de acordo com uma nova pesquisa liderada pelo cientista Darren Naish, paleontólogo da Escola de Ciências Biológicas da Universidade de Southampton, nos Estados Unidos.

“Tem havido vários debates sobre se os pterossauros filhotes poderiam voar. Mas, pela primeira vez, o tema foi estudado de um ponto de vista mais biomecânico”, disse a autora sênior Dra. Elizabeth Martin-Silverstone, paleontóloga da Escola de Ciências da Terra da Universidade de Bristol.

“É emocionante descobrir que, embora suas asas possam ser pequenas, elas foram construídas de uma forma que as tornou fortes o suficiente para voar”, complementou.

Os pterossauros eram um grupo de répteis voadores que viveram durante os períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo (há 228 a 66 milhões de anos). No estudo, pesquisadores das Universidades de Portsmouth e Bristol, junto com o paleontólogo Darren Naish, modelaram as habilidades de voo de pterossauros filhotes.

Eles usaram medições de asas obtidas anteriormente de quatro filhotes e fósseis de embriões de duas espécies de pterossauros: Pterodaustro guinazui e Sinopterus dongi.

Os paleontólogos também compararam essas medidas das asas com as de adultos da mesma espécie e contrastaram a resistência do osso do úmero, que faz parte da asa, de três filhotes com as de 22 pterossauros adultos.

Eles descobriram que os ossos do úmero de filhotes eram mais fortes do que os de muitos pterossauros adultos, indicando que eles seriam fortes o suficiente para voar.

“Descobrimos que esses animais minúsculos – com envergadura de asas de 25 cm e corpos que cabiam perfeitamente em sua mão – eram voadores muito fortes e capazes, Seus ossos eram fortes o suficiente para suportar o bater das asas e as decolagens, e suas asas tinham o formato ideal para gerar as condições de voo (em oposição ao voo planado)”, disse o Dr. Mark Witton, da Universidade de Portsmouth e coautor do estudo científico.

“No entanto, eles não teriam voado exatamente como seus pais simplesmente porque eram muito menores: as capacidades de voo seriam fortemente influenciadas pelo tamanho e massa. Assim, os filhotes de pterossauros, sendo centenas de vezes menores que seus pais, eram provavelmente voadores mais lentos e mais ágeis do que os adultos, com ampla abrangência de voo, mas com menor capacidade de manobras”, destacou.

Os pesquisadores também descobriram que, embora os filhotes tivessem asas longas e estreitas adequadas para voos de longa distância, suas asas eram mais curtas e mais largas do que as dos pterossauros adultos, com uma área de asa maior em relação à massa do filhote e ao tamanho do corpo.

Essas dimensões das asas podem ter tornado os filhotes menos eficientes do que os pterossauros adultos em viagens de longa distância. Mas podem ter resultado em voar mais ágeis, permitindo que mudassem repentinamente de direção e velocidade.

“O estilo de voo ágil dos pterossauros recém-nascidos pode ter lhes permitido escapar rapidamente de predadores e os tornado mais adequados para perseguir presas mais ágeis e voar entre a vegetação densa do que os pterossauros adultos”, disseram os cientistas.

O estudo foi publicado na revista “Scientific Reports”. Leia aqui

Fonte: Sci News