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Ressurreição animal: mamute extinto há 4 mil anos voltará a habitar a Terra?

Esqueleto de um mamute-lanoso exposto em museu internacional. Foto: Pixabay

As espécies extintas podem ser ressuscitadas? Uma empresa de biociências acredita que sim e anunciou, na última segunda-feira (13/09), que utilizará uma nova tecnologia para trazer o mamute-lanoso (Mammuthus primigenius) de volta à vida no Àrtico. Há 4 mil anos a espécie não habita mais a Terra.

O projeto tem sido debatido na última década, mas só agora irá avançar, depois de terem sido recolhidos 15 milhões de dólares (o equivalente a cerca de 13 milhões de euros) em donativos pela empresa de biociência e genética Colossal. A companhia foi fundada por Ben Lamm, empresário da área das tecnologias e softwares, e George Church, professor de Genética na Harvard Medical School que se tem dedicado a novas abordagens de engenharia genética.

A empresa afirma que seu projeto de “deextinção” (ou ressurreição biológica) de espécies pode servir de base para um modelo viável de reconstrução de ecossistemas danificados ou destruídos, desacelerando ou mesmo interrompendo os impactos das mudanças climáticas.

“Além de ressuscitar antigas espécies extintas, como o mamute-lanudo, poderemos usar nossa tecnologia para ajudar a preservar espécies criticamente ameaçadas de extinção e restaurar criaturas cuja extinção foi causada pela atividade humana”, declarou a equipe em comunicado.

A ideia dos cientistas consiste em criar um híbrido elefante-mamute. Para isso, vão ser elaborados em laboratório embriões que contenham DNA de mamute.

Representação de um mamute. Foto: Wikimedia Commons

Vida no Ártico

Os mamutes-lanosos, também chamados mamutes-lanudos, habitavam a maior parte do Ártico. Eles coexistiam com os primeiros humanos que caçavam os herbívoros resistentes ao frio para se alimentarem e usavam ferramentas feitas com suas presas e ossos.

Cerca de 4.000 anos atrás, as criaturas foram extintas. Há décadas, os cientistas vêm coletando pedaços de presas, ossos, dentes e pelos de mamutes para extrair e sequenciar o DNA da espécie.

Híbrido de elefante-mamute

Para produzir um “híbrido elefante-mamute”, a Colossal planeja introduzir sequências de DNA de mamutes-lanudos coletados de ossos bem preservados em permafrost (solo permanentemente congelado encontrado na região do Ártico) e estepes congelantes no genoma de elefantes asiáticos.

De acordo com o site da Colossal, os elefantes asiáticos e os mamutes peludos têm DNA 99,6% idêntico.

Co-fundador da empresa, George Church é um famoso geneticista que trabalha para salvar espécies usando abordagens de ponta, como a tecnologia CRISPR (ferramenta de edição de genes). “As tecnologias desenvolvidas em busca dessa grande visão – uma representação viva e ambulante de um mamute peludo – poderiam fornecer oportunidades significativas na conservação e além”, declarou.

Os cientistas consideraram os enormes padrões migratórios do mamute-lanoso como cruciais para a restauração ambiental da região do Ártico.

A deextinção das criaturas, de acordo com a Colossal, tem o potencial de restaurar as pastagens árticas degradadas, um vasto território com qualidades significativas de combate às mudanças climáticas, como sequestro de carbono e supressão de metano.

“Nosso objetivo é ter nossos primeiros filhotes nos próximos quatro a seis anos”, disse o empresário de tecnologia Ben Lamm.

Filhote de mamute em incrível estado de conservação.
Foto: Reprodução

Deextinção

O processo de criação de um organismo que se assemelha ou é uma espécie extinta é chamado de deextinção (também conhecido como ressurreição biológica ou revivalismo das espécies).

A deextinção pode ser realizada de várias maneiras. A clonagem é a abordagem que tem recebido mais atenção, mas a edição do genoma e o melhoramento seletivo também foram propostos. Além disso, certos animais ameaçados de extinção receberam tratamentos semelhantes para aumentar sua variedade genética. No entanto, a clonagem é o único procedimento dos três que resultaria em um animal com a mesma identidade genética.

O processo de deextinção ou ressurreição biológica tem vantagens e desvantagens, que vão desde avanços tecnológicos a questões éticas.

MAMUTE-LANOSO: CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Proboscidea
Família: Elephantidae
Gênero: Mammuthus