Os camelos são animais de tração que despertam curiosidade embora sejam conhecidos em todo o mundo, sobretudo por serem o transporte dos Reis Magos, fazerem parte de contos populares e também pela ideia que temos quando pensamos em alguns países africanos e asiáticos.

Embora tenhamos uma imagem clara desses animais herbívoros como símbolos das regiões secas e desérticas do planeta, há muitas dúvidas que algumas pessoas ainda têm sobre eles. Por exemplo: qual é a diferença com os dromedários?

Você sabia que a pista mais fácil está no número de corcovas? Assim, a resposta é muito simples: os camelos têm duas corcovas e os dromedários uma.

A corcova mede cerca de 75 cm.

Possivelmente você já ouviu falar que os camelos armazenam água em suas corcovas. No entanto, trata-se de uma lenda. Na verdade, esses animais armazenam gordura em reserva.

Portanto, as corcovas do camelo são bolsas localizadas nas costas que têm a função de acumular e armazenar gordura (tecido adiposo). Quando um camelo se alimenta, seu corpo usa parte dos nutrientes ao longo do dia e converte o restante em gordura armazenada nesses reservatórios.

Por esta razão, um camelo com uma corcova caída ou com ambas as corcovas neste estado, não está doente nem lhe está acontecendo nada de estranho. Ele simplesmente consumiu as reservas de gordura acumuladas naquela parte do corpo, fazendo a corcova diminuir de tamanho. Assim que o animal come e descansa, a corcova se enche novamente e fica ereta. Se verificarmos que isso não acontece mesmo durante a alimentação, daí é possível ser um sintoma de doença.

Adaptações fisiológicas para viver em clima quente

Devido às condições climáticas e ambientais a que estão expostos, ou seja, tanto pelas temperaturas extremas como pelas longas distâncias que esses animais têm que percorrer pelo deserto, quase sem água e alimentos ao seu alcance, é compreensível e lógico que os camelos evoluíram criando esses depósitos de gordura.

A reserva de gordura das corcovas serve para que os camelos tenham energia suficiente para suportar as condições extremas de seu habitat – eles percorrem locais com faixas de temperatura média de 34 °C à noite e até 41 °C durante o dia. Assim, quando não comem ou bebem por vários quilômetros, mas precisam continuar caminhando e suportando as altíssimas temperaturas do deserto, seu corpo extrai a energia necessária da gordura acumulada em suas corcovas.

Além disso a concentração de gordura no topo do corpo, em vez de distribuída, faz com que se evite a retenção de energia térmica.

Homens têm domesticado camelos há milhares de anos

Os camelos constituem um gênero de ungulados artiodáctilos (animais com um par de dedos de apoio em cada pata) que contém duas espécies: o camelo-árabe, camelo-doméstico ou dromedário (Camelus dromedarius), e o camelo-bactriano (Camelus bactrianus). Ambos são nativos de áreas secas e desérticas da Ásia e são espécies domesticadas. São animais de tração e fornecem leite e carne para consumo humano. Esses animais têm sido domesticado pelo homem há milhares de anos.

Espécies extintas do gênero foram o Camelus hesternus, Camelus gigas e Camelus sivalensis.

As evidências fósseis indicam que os ancestrais dos camelos modernos evoluíram na América do Norte durante o período Paleogeno, os Camelops, e depois se espalhou para vários lugares da Ásia e Norte da África. Povos antigos da Somália, os Punts, domesticaram primeiros camelos muito antes de 2000 a.C.

Mesmo com a existência de mais de 13 milhões de dromedários atualmente, eles foram extintos como animais selvagens. Há, porém, uma população selvagem considerável de cerca de 32.000 que vivem nos desertos da Austrália central, descendentes de indivíduos que escaparam no século 19.

Quatro espécies de mamíferos sul-americanos são aparentados com os camelos: a lhama, a alpaca, o guanaco e a vicunha.

Classificação científica:

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Artiodactyla
Subordem: Tylopoda
Família: Camelidae