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Como lidar com gatos hiperativos?

A hiperatividade quase sempre está ligada à intolerância a contrariedade ou restrição de movimentos.
Fotos: Canvas

Muita gente diz que gato é um bicho preguiçoso e parado. De fato, há bichanos que são mais  reservados, bem na deles mesmo. Um bom exemplo são os gatos das raças persa, o pelo curto inglês, o ragdoll e o gigante maine coon, entre outras. Mas a verdade é que os gatos são cheios de energia e muitos podem demonstrar hiperatividade, ou seja, não param. Parecem estar ligados na tomada em tempo integral.

Ser hiperativo é uma característica bastante normal nos bichanos. Principalmente em raças, como o siamês, o gato de bengala (bengal) e o abissínio, sem falar nos sem raça definida, os populares SRDs. Quando filhotes então, a energia está na potência máxima. Mas, quando a hiperatividade manifesta-se como uma atividade desorganizada e excessiva, a ponto de incomodar os tutores, é preciso lidar de forma adequada com este comportamento.

Os períodos de hiperatividade manifestam-se em circunstâncias determinadas, à noite, por exemplo, ou são generalizadas. É uma explosão de energia. O gato corre e pula sem parar, é incapaz de se concentrar em uma atividade estável, como fazer a higiene, procura continuamente estímulos para excitar-se e tem condutas irritantes para chamar a atenção do tutor, como pular sobre a mesa durante as refeições.

FALTA DE ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL INFLUENCIA NA HIPERATIVIDADE

É necessário entender as necessidades que motivam atitudes indesejadas dos felinos

A hiperatividade quase sempre está ligada à intolerância a contrariedade ou restrição de movimentos. O felino passa a manifestar comportamentos agitados e agressividade irritante. Esses comportamentos podem ter uma predisposição hereditária ou congênita. Também podem ser influenciados pela pobreza sensorial do ambiente, ou seja, a falta de enriquecimento ambiental, quando ele vive em apartamento.

“Muitos tutores não dão a devida importância para a necessidade de enriquecer o ambiente no qual o animal vive. Ou passam horas fora de casa deixando o bichano sozinho e sem estímulo algum, o que pode fazer com que a hiperatividade se torne um transtorno”, comenta o veterinário Ernani de Castilho.

De acordo com o especialista, é preciso é saber lidar de forma adequada aos comportamentos hiperativos. E também entender as necessidades que motivam atitudes indesejadas, como escalar cortinas, paredes e móveis, remexer o lixo, arranhar a mobília, entre outras.

COMO ACALMAR UM GATO AGITADO E ESTRESSADO

Todos os gatos têm necessidade de gastar energia, principalmente em atividades que são de sua natureza como caçar, explorar e escalar. Então, é necessário direcionar a energia dos bichanos de forma mais adequada. Faça isso através do enriquecimento ambiental. “Também é importante o tutor se dedicar a sessões de brincadeiras em casa com o pet pelo menos 20 minutos por dia. Ao estruturar o tempo de brincadeira, pode-se reduzir a hiperatividade e controlar a energia do bichano”, ensina Ernani.

Gatos são animais muito inteligentes e o comportamento do tutor também definirá suas características de personalidade.

“O tutor não deve se irritar com o animal, gritar com ele, se descontrolar caso ele faça algo indesejável. O correto é tentar falar com ele com calma e procurar entender sua linguagem corporal. Por exemplo, uma cauda alta erguida na vertical significa que o gato está confiante, feliz e confortável. Já uma cauda baixa significa que ele está ansioso ou com medo. Por outro lado, as orelhas para frente indicam um felino relaxado, alerta ou confiante, enquanto as orelhas voltadas para trás indicam que o felino está com medo ou com raiva”, explica.

O ambiente do gato deve ser enriquecido com uma variedade de brinquedos ou itens para explorar durante o dia para fazê-lo dormir à noite. Isso significa oferecer estímulos, como brinquedos e estruturas para exercícios, no ambiente em que ele vive.

Todos os gatos têm necessidade de gastar energia, principalmente em atividades que são de sua natureza

Para ajudar a acalmar o bichano, considere esses tipos de brinquedos e itens:

Estantes para gatos e nichos. Sabe a mania de escalar? Resolva com estantes para gatos, que podem ser instaladas nas paredes, em diversas alturas e cômodos da casa – já que os gatos preferem lugares altos. Você pode improvisar as estantes e nichos verticais para gatos usando caixotes de madeira, prateleiras prontas ou aproveitando pedaços de móveis. Seja criativo e aproveite as paredes para criar um playground em forma de degraus, com tocas e redes suspensas. Ou que tal criar uma ponte de prateleiras que o leve até o alto do guarda-roupa?

Arranhadores. São uma ajuda e tanto para acabar com os arranhões indesejados nos móveis. Além de desestressar e alongar o bichano, arranhadores ainda afiam as garras.

Caixas e catnip. Espalhe caixas de papelão pela casa, para que sirvam de esconderijo e para ele brincar. Coloque bolinhas de papel ou outros brinquedinhos dentro, recheados com catnip, a erva do gato.

Brinquedos. Disponibilize brinquedos que o gato possa perseguir, arranhar, pular, bater e encontrar alimento dentro. Ex: pedaço de barbante amarrado a uma bolinha de papel ou pena, ponteiros laser ou brinquedos de corda, bolas de pingue-pongue ou uma bola macia. Você também pode disponibilizar brinquedos com alimentos dentro, pois o gato terá trabalho para tirar o petisco, o que vai lhe dar a sensação de caça. Utilize ainda brinquedos pendurados em locais altos e que balancem, para que ele possa agarrar dando pulos.

Estímulo visual. Ofereça um estímulo visual ao seu gato. Se ele vive em apartamento, deixe-o observar a paisagem pelas janelas e varandas – mas lembre-se de colocar telas.

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OUTRAS CAUSAS DA HIPERATIVIDADE

Os gatos também podem ficar hiperativos por causa de inseguranças e ansiedade

A agitação demasiada do gato adulto pode sinalizar um problema mais sério, como o hipertireoidismo. Cerca de 10% dos felinos idosos sofrem da doença. Esta condição faz com que eles tenham uma glândula tireoide produzindo hormônios em excesso. Com isso, eles podem ter sintomas como apetite reduzido, sede em excesso, falta de sono e vômitos ocasionais, resultando em níveis elevados de energia e estresse.

“Se o tutor notar algum desses sintomas, deve levar o animal ao veterinário para o devido diagnóstico e tratamento”, diz o veterinário.

Os gatos também podem ficar hiperativos por causa de inseguranças e ansiedade. Nestes casos, a dica é que ele tenha um espaço só dele, onde ele possa relaxar e se sentir seguro. No espaço do pet, inclua itens essenciais, como uma caixa de papelão com um cobertor ou uma toca para ele se esconder, uma caixa de areia higiênica, pote de comida e água.

Reforçando: certifique-se de que seu felino não tenha problemas médicos, pois um gato muito ativo pode estar com dor.

Fora isso, dê sempre carinho, atenção e bem-estar para seu bichano de estimação, o estimulando, da melhor forma possível, a gastar energia, proporcionando momentos divertidos para ele e na convivência no lar.