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Foto: Ivan Bueno/APPA
Eles são visitantes muito especiais. Chegam em grupos saltitantes, alegres e, por onde passam, tornam-se o centro das tenções. São os golfinhos, os habitantes mais carismáticos do mar. Nesta época do ano, entre primavera e verão, esses animais, também conhecidos como delfins, migram para o litoral do Rio de Janeiro para se reproduzir e buscar alimentos.
“Peixes como manjubinha e sardinha, lulas e camarões são um banquete para eles”, conta o biólogo Felício de Lima.
E ao contrário do que muitos pensam, os golfinhos não são peixes. São mamíferos aquáticos da subordem dos cetáceos (a mesma família das baleias e dos botos). Atualmente existem 37 espécies conhecidas, algumas adaptadas para viver em água doce, como o boto-rosa da Amazônia (Inia geoffrensis). Já a espécie marinha mais comum nas praias cariocas é o boto-cinza (Sotalia guianensis).
O temperamento desses animais é admirável. Parecem, inclusive, gostar gostar da companhia humana. “Os golfinhos são muito exibidos. Eles não têm medo dos humanos. Chegam próximos das embarcações, ficam assobiando e dando pulos na água para chamar a atenção”, comenta o biólogo.
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O som que os golfinhos emitem não tem um nome específico, mas é por meio desses assobios que eles se comunicam. “Os sons são de alta frequência e são gerados dentro de um órgão localizado no alto da cabeça”, explica o biólogo Sérgio Fialho. E é devido ao comportamento extremamente dócil e afável que em países como Estados Unidos e Espanha eles são utilizados na terapia de crianças com necessidades especiais como autismo e síndrome de Down.
Mas apesar de os golfinhos serem tão adorados em todo o mundo, eles sofrem com a caça comercial e a degradação do ambiente marinho. “Muitos também morrem pela captura acidental, enroscados nas redes de pesca”, lamenta Felício de Lima. Tomara que o homem encontre formas de preservá-los. São animais encantadores e inofensivos”, torce.
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Foto: Instituto Boto Cinza/Reprodução
Ficha técnica do boto-cinza:
Nome científico: Sotalia guianensis
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Cetartiodactyla
Família: Delphinidae
Gênero: Sotalia
Espécie: S. guianensis
Distribuição: Sua distribuição é restrita, ocorrendo em apenas águas costeiras, baías, enseadas e estuários do oeste do oceano Atlântico, desde Honduras até o sul do Brasil. As Baías de Sepetiba e de Ilha Grande, no Rio de Janeiro, são os locais de maior concentração da espécie no país.
Características: Apresenta coloração dorsal acinzentada, que pode variar do cinza-claro ao cinza-escuro, com duas faixas de coloração mais claras na lateral. A barriga pode variar entre uma cor rosada até um cinza muito claro. O boto-cinza é rápido e chega a velocidade máxima de 30km/h. Possui, em média, 120 dentes com formato idêntico.
Tamanho: É um dos menores cetáceos existentes. Seu tamanho corporal médio é de 1,90 cm de comprimento. A espécie pode chegar até 2,2 metros e 90 kg.
Alimentação: Peixes, lula, camarão.
Reprodução: Ambos os sexos copulam com mais de um indivíduo. Em média, se tornam reprodutivamente maduros a partir dos seis anos (fêmeas) e sete anos (machos). Não apresenta dimorfismo sexual significativo e reproduz-se durante todo o ano. O ciclo reprodutivo dura aproximadamente dois anos. A fêmea pode gerar somente um filhote a cada três anos. A gestação dura, em média, quase um ano. O tempo de lactação dura entre seis meses a um ano e o filhote se torna independente a partir dos dois anos.
Expectativa de vida: 30 a 35 anos.
Situação: O boto-cinza é listado pelo Ministério do Meio Ambiente como espécie ameaçada e tem status de espécie vulnerável na Lista da Fauna Brasileira de Espécies Ameaçadas de Extinção.