Tratar os problemas de saúde do animal de estimação com medicamentos de uso humano é um grande risco para os pets. Mesmo o tutor tendo a melhor das intenções, o efeito pode ser tóxico e até fatal.
“Os animais, principalmente os cães e os gatos, possuem um sistema gastrointestinal mais sensível e vulnerável do que o nosso. Portanto, fármacos de uso humano, na sua grande maioria, não devem ser administrados nos pets, por conta da alta concentração de substâncias químicas que podem ser demasiadamente tóxicas para as espécies”, comenta o veterinário André Mello, da clínica Estética Canina Vet Center, e responsável pela seção Fale com o Vet no portal Meus Bichos.
Há muitos tutores que acreditam que diminuir a dose do medicamento de uso humano – sem conhecimento profissional ou orientação veterinária – evitará qualquer tipo de risco. Mas André Mello reforça os possíveis problemas:
“As composições químicas desses fármacos têm doses muito altas para que possam ser usadas nos animais, não sendo possível fracionar o medicamento. Então essa aplicação indevida pode gerar uma gastrite, desconfortos abdominais, diarreia e vômito, entre outros transtornos indesejáveis. Na medicina veterinária, as dosagens químicas são bem específicas, fracionadas e calculadas. E ainda há os palatabilizantes (substâncias que melhoram o sabor e o cheiro) para facilitar a ingestão. Por isso, hoje em dia existem remédios para pets que são até mastigáveis, o que facilita a administração.”
Intoxicação por igestão acidental
Há, no entanto, fármacos com componentes adequados tanto para humanos como animais. Ainda assim, é importante destacar que não são nas mesmas doses e somente devem ser aplicados com prescrição veterinária. É o caso, por exemplo, da Dipirona, que atua como analgésico. “Há algum tempo, se cogitava a possibilidade de a Dipirona baixar a pressão arterial. Hoje está sendo amplamente usada, porém, com cautela e somente com a prescrição veterinária”, explica o profissional.
Em outros casos, a intoxicação por medicamentos de uso humano pode ser acidental: os remédios estão expostos em local de fácil acesso e o animal pode acabar mastigando algum. Por isso, o tutor deve ficar sempre atento a esse cuidado, mantendo os fármacos em local apropriado e bem longe dos bichinhos curiosos.
“Se o animal de estimação ingerir algum fármaco de uso humano, é preciso procurar o quanto antes um suporte veterinário para que seja tomada a melhor providência, dependendo da medicação ingerida”, orienta André Mello.
A seguir, listamos os medicamentos proibidos para os animais de estimação.
Leia mais: Primeiros socorros para os pets
Leia mais: Plantas tóxicas e pets: conheça as principais
Leia mais: Seu cão é sua ‘sombra’? Previna as fraturas