Os animais de estimação são muito sensíveis aos ruídos, principalmente os cães. As explosões dos fogos de artifício, tão tradicionais durante os festejos de Ano Novo, não apenas são perturbadoras para eles, mas também causam ansiedade, estresse e podem até danificar seriamente sua audição.

No caso dos cães, eles são conhecidos pela sua audição apurada – quatro vezes maior do que a audição humana. Daí a sua sensibilidade à exposição de ruídos altos, como explosões e estrondos. E ouvir um barulho sem saber de onde ele vem, como no caso dos fogos, pode representar uma ameaça ainda mais assustadora.

Suas reações a esses barulhos podemos ver facilmente: orelhas para trás, ansiedade, inquietação, paralisia, além de tentativas descontroladas de fugir ou se esconder. Outros sinais mais intensos também podem estar presentes, como salivação, taquicardia, vocalizações intensas, micção ou defecação, hiperatividade e distúrbios gastrointestinais. Todos esses sinais são indicativos de grande desconforto.

O veterinário André Mello, responsável pela seção Fale com o Vet no portal Meus Bichos e proprietário da Clínica Veterinária Estética Canina Vet Center, em Turiaçú, zona norte do Rio de Janeiro, destaca que, o mais importante, é evitar deixar o animal sozinho na hora dos fogos: “Ele se sente desprotegido, ameaçado e pode entrar em pânico”, explica.

Mas, se o tutor não tiver como fazer companhia ao pet, nem deixá-lo em um hotel de animais ou com um cuidador (pet sitter), há algumas maneiras de ajudar os cães e os gatos a não ficarem angustiados.

“Coloque um chumaço de algodão nos ouvidos do animal, deixe-o em um local o mais seguro possível e no qual ele possa ficar isolado ao máximo do barulho. Ligue um rádio ou a TV, para distrair o pet na hora dos fogos. Se tiver a possibilidade de uma pessoa ficar com ele nesse momento seria o ideal, mas, não tendo, deixe no local uma peça de roupa com o seu cheiro, além do som ligado em volume baixo”, ensina André.

“Há ainda alguns suplementos específicos à venda nas pet shops, mas, nesse caso, é preciso uma indicação do veterinário e dar o suplemento com uma certa antecedência, para que, na hora dos fogos, tenha um resultado satisfatório”, diz o veterinário. “É importante também não deixar tomadas ligadas nem objetos soltos que possam ser um risco ao animal durante uma crise de estresse desacerbado”, complementa.

Quanto aos pets não convencionais – pássaros, roedores, répteis e etc. – vale frisar que o barulho também deve ser reduzido ao máximo.

“Os mesmos devem ser colocados em locais mais tranquilos. A dica é deixar um ponto de luz ligado, assim como um som em volume baixo, com o intuito de minimizar ao máximo o barulho dos fogos. No caso dos pássaros e roedores, as gaiolas podem ser cobertas, mas nunca deixadas na escuridão total, pois eles podem entrar em pânico. Reforçando: é preciso uma luz estar ligada no ambiente”, destaca André Mello.

DICAS PARA ACALMAR SEU PET

Passeio para relaxar. Horas antes da queima de fogos ocorrer, experimente levar o cão para uma caminhada. Isso pode ajudá-lo a se sentir mais sonolento e relaxado.

Dentro de casa. Se o seu cão vive no quintal, leve-o para dentro de casa durante a queima de fogos. Crie um espaço no local mais tranquilo da casa para seu cão se sentir seguro, coloque uma caminha, monte esconderijos. Disponibilize um abrigo, como uma toca ou uma caixa de transporte para ele se esconder. No caso dos gatos, faça o mesmo. Reserve um cômodo tranquilo para ele e prepare um cantinho, com uma toca ou caixa de papelão, por exemplo, para ele se refugiar se sentir muito assustado.

Não pegue o gato no colo. Gatos sob intensa situação de estresse, como no caso de ele estar muito assustado com o barulho das explosões de fogos, podem acabar ferindo o tutor sem querer, se ele for pego no colo. Procure tranquilizá-lo, mas sem pegá-lo.

Abafe o som. Feche as janelas, cortinas e portas para tentar abafar o som. Nunca leve o animal para assistir à queima de fogos. Mantenha-o seguro dentro de casa enquanto houver os ruídos de explosões. Procure estar junto com ele e acalmá-lo, lhe faça carinhos, dê petiscos e brinquedos.

Portão fechado. Certifique-se que os portões estão bem fechados. Estima-se que 1/5 dos desaparecimentos de cães se devem a sons muito altos, principalmente fogos de artifício e tempestades.

Medicamentos. Existem medicamentos, como tranquilizantes e sedativos específicos para animais, que ajudam a reduzir os quadros de pânico. Mas, se o tutor optar por fazer uso de medicamentos, deve procurar a ajuda de um médico veterinário para medicar na dose certa para o animal. Doses erradas podem levar o animal a paradas cardiorrespiratória e, consequentemente, à morte.

Música. Coloque alguma música relaxante ou ligue a TV para tentar abafar o som das explosões.

*Agradecimento: Clínica Veterinária Estética Canina Vet Center