Corajosos, protetores, carinhosos e sempre presentes. Muitos pais do reino animal cuidam de suas crias com uma dedicação exemplar. Pássaros de muitas espécies são capazes de revezar com suas fêmeas na hora de alimentar e proteger os recém-nascidos. Entre os primatas, os saguis são o que se pode chamar de pai para toda obra. Deixam a amamentação como a única responsabilidade da mãe. Ajudam a carregar os filhotes nas costas, catam piolhos e são tolerantes ao extremo com as brincadeiras dos pequenos, que não demonstram qualquer respeito pelo paizão: puxam-lhe os pelos, sobem em suas costas e as usam como escorregador.

Herói por excelência, o pinguim-imperador assume a responsabilidade de cuidar de seu frágil filhote no mais intenso período do inverno do Ártico. Enquanto a fêmea peregrina por meses pelo deserto de gelo em busca de alimento.

E ainda tem pai que é mãe ao mesmo tempo. É o caso do cavalo-marinho. Cabe à fêmea depositar os ovos dentro de uma bolsa que o macho possui. Nela, os filhotes vão se desenvolvendo até o momento em que são expelidos, num processo que dura de quatro a oito semanas. Pois é, no reino animal não basta ser pai. Tem que participar.

Comportamento dos cães e gatos

Os cães e gatos, em sua maioria, não têm um instinto paternal tão aflorado. “Os gatos machos não participam em nada quando as fêmeas ganham seus filhotes. Ao contrário, vão embora em busca de novas parceiras”, comenta o veterinário Jayme Sandall. Quanto aos cães, podem ficar indiferentes ou não à prole. Algumas raças costumam ser mais carinhosas com seus filhotes, como boxer, collie e poodle. Mas depois de adultos, a convivência pode se tornar difícil.

“Muitas vezes, é preciso separar os pais dos filhotes, já que podem travar uma disputa com sua cria e machucá-la”, diz Jayme.

Em muitos casos, cães e gatos podem exercer a função de brincar com suas crias. “Mas é preciso observar que tipo de convivência os pais têm com seus filhotes. Se o tutor do animal perceber um comportamento diferente ou mais agressivo, o melhor é manter a cria isolada do convívio com o pai”, ensina a veterinária Daniela dos Santos.

Tanto no caso dos cães quanto no dos gatos, todos os cuidados com a cria são realizados pelas fêmeas, tal como organizar a mamada, limpar os filhotes, carregá-los e protegê-los.

PAPAIS HERÓIS

Pica-pau. Pássaros de muitas espécies são capazes de revezar com suas fêmeas na hora de construir o ninho, chocar os ovos, alimentar e proteger os recém-nascidos. É o caso do pica-pau, um exemplo de paizão e tanto.

Avestruz e ema. Enquanto as fêmeas se encarregam de botar os ovos, os machos dessas grandes espécies de aves são responsáveis por todas as demais etapas da reprodução: constroem os ninhos, chocam os ovos  – que podem chegar a 50 por período – e impedem a aproximação dos inimigos a base de bicadas e pontapés. E detalhe: os ovos podem ser de diferentes fêmeas. E até depois que os filhotes nascem, o paizão segue cuidando não só deles como também dos bebês alheios.

Cisne. Outro paizão de penas é o cisne. O macho ajuda a chocar os ovos, protege o ninho e ensina os primeiros passos para os filhotes até que se tornem independentes. Nas primeiras semanas de vida, os filhotes também costumam viajar com o pai em suas costas para receber calor e proteção.

Besouro gigante da água. Até os insetos podem se revelar ótimos pais! É o caso de besouro gigante da água. Cuidadosos que só, os machos da espécie carregam todos os ovos em suas costas até que eles eclodam. E ai de algum predador tentar chegar perto de sua cria. Ele não hesitará em dar picadas dolorosas e mortais!

Leão. Já entre os mamíferos, os leões podem surpreender como pais dedicados, extremamente protetores e amorosos com sua cria – mas apenas com a sua cria. É… o amor transforma, até entre os mais selvagens.

Suricata. Proteger a família também é o lema do suricata. Esse pequeno mamífero não só ajuda na criação da prole, como também vira um gigante se surgir ameaça por perto.