O cio é um período completamente normal na vida dos felinos e faz parte de sua natureza reprodutiva. A puberdade aparece na gata a partir de 6 a 8 meses. O momento preciso depende da raça, da presença de outras gatas adultas no cio nas proximidades e, sobretudo, da estação.

A estação de cobertura de cios está concentrada nos meses de setembro, outubro e novembro porque o fotoperíodo (período em que há mais luminosidade) é crescente, mas elas ciclam o ano todo.

As gatas são estimuladas a entrar no cio por sentirem o odor de outras fêmeas no cio e também pela presença de um macho reprodutor nas redondezas. Gatas errantes, portanto, entram mais no cio do que gatas que habitam um domicílio fechado. Os gatinhos machos atingem a maturidade sexual por volta dos 12 meses.

Quando a fêmea está nessa fase de sua vida sexual, seu corpo é submetido a uma série de mudanças hormonais e suas energias são canalizadas para um único objetivo: encontrar um parceiro com quem procriar.

Como se manifesta o primeiro cio

O primeiro cio se manifesta de início por uma atividade mais intensa na gatinha e ocorre de modo brusco: ela esfrega o nariz e os lábios, rola ou rasteja no solo, dorme muito menos (veja mais detalhes abaixo). A seu grito queixoso, que ela emite por intervalos ou de maneira contínua, os machos respondem com o deles, bastante similar.

Quando um macho se aproxima, ela se encoleriza e depois, pouco a pouco, inclui sua ‘comitiva’ em seu jogo amoroso, o que lhe valeu o estereótipo de ‘aliciadora intocável’. Somente durante seu período de fecundidade – de dois a três dias – ela deixa os machos de aproximarem.

Esses comportamentos chamados de ‘cio’ duram de início de dois a três dias, depois de quatro a oito dias e são seguidos por uma fase de repouso de oito a dez dias. O cio também pode recomeçar, excesso se tiver ocorrido fecundação.

Como identificar que a gata está no cio?

Miados intensos e mais frequentes do que o habitual, especialmente ao entardecer. O miado é o recurso que a gata utiliza para atrair a atenção dos machos que estão ao seu redor. Esses miados podem ser realmente irritantes e às vezes lembram um bebê chorando.

Atitude inquieta. Durante o cio, a gata fica em estado de nervosismo e agitação considerável, movendo-se continuamente de um lado para o outro.

Esfregar e fricção com objetos e com pessoas. Também é comum que a fêmea se deite de bruços ou role no chão.

Perda de apetite. Uma gata no cio é especialmente meiga e afetuosa. Procurará chamar a atenção do tutor e exigirá carícias continuamente.

Urina e lambidas. A fêmea vai urinar em lugares indesejados para espalhar seus feromônios e assim aumentar suas chances de atrair machos. A gata também lambe seus órgãos sexuais, que durante o cio ficam mais inflamados do que o normal.

Postura de acasalamento ou lordose. Quando acariciada, a gata estica as pernas, arqueia as costas e levanta a cauda para expor a área genital.

ESTERILIZAÇÃO E CASTRAÇÃO

A castração e a esterilização consistem na retirada dos órgãos sexuais – testículos no macho e ovários e útero na fêmea. Tornam os gatos e as gatas incapazes de se reproduzir e cessam a secreção dos hormônios sexuais. Os machos param de marcar território com urina e as fêmeas não são mais perturbadas pelo estro.

Para essa intervenção, marque uma consulta com o veterinário, que recomendará deixar o animal rigorosamente em jejum nas 12 horas que precedem a operação. O procedimento dura alguns minutos no macho e de dez a 20 minutos para a fêmea.

Na gata, a esterilização pode ser realizada logo após o esquema completo de vacinação, preferencialmente antes do primeiro cio. Não existe necessidade de esperar o primeiro cio acontecer para fazer a cirurgia.

É bem verdade que durante o cio, os miados e as inquietudes das fêmeas e seus odores exacerbados perturbam a rotina do lar – e até da vizinhança. Pode ser uma fase difícil para quem partilha o seu dia a dia com o animal, mas tente ser compreensivo e paciente. O cio também é um período complicado para o animal de estimação e pode causar estresse.

Portanto, se não há planos para que ela se reproduza, não há por que postergar a cirurgia de esterilização. Além do que, devemos sempre nos lembrar das escapadas dessa fêmea para a rua e em tudo que essas fugas podem acarretar: ferimentos, traumas, ninhadas indesejadas e, consequentemente, o abandono da ninhada – um problema frequente e crescente, apesar dos esforços de muitas ONGs e entidades ligadas ao bem-estar animal.

A esterilização é sempre feita sob anestesia geral e a gata será liberada algumas horas após a intervenção. Os pontos da sutura são retirados entre sete e dez dias depois.