Obesidade é um problema que cada vez mais afeta os cães e os gatos, comprometendo a saúde e o bem-estar animal como um todo. Na maioria das vezes, o maior responsável pelo excesso de peso é o próprio tutor. O exagero nos petiscos, o sedentarismo e a falta de uma dieta adequada são os maiores erros.

São muitas as enfermidades relacionadas ao excesso de gordura e a lista inclui problemas como artrose, lesões de coluna, desvios articulares, cardiopatias, problemas no fígado, na bexiga e no trato urinário e até mesmo a diabetes, além de agravar lesões pré-existentes, como a displasia.

“Um animal com excesso de peso também aparenta ser mais velho, fica mais cansado e não consegue sequer realizar suas atividades básicas como caminhar, subir em locais mais altos, brincar. Enfim, ele torna-se sedentário e indisposto”, alerta o veterinário André Mello, da clínica Estética Canina Vet Center e responsável pela seção ‘Fale com o Vet‘ no portal Meus Bichos.

São considerados obesos animais que estão 15% a 20% acima do peso ideal. Algumas raças são pré-dispostas à obesidade como como labrador, beagle, dachshund e basset hound. “Outros fatores podem desencadear o problema, como a falta de exercícios e disfunções hormonais nas glândulas adrenal e tiroide, que podem vir associadas a lesões de pele ou aumento na ingestão de água”, explica a veterinária Daniela Santanna.

Como saber se o animal está acima do peso

O tutor pode verificar se o animal está acima do peso pegando a pele dele entre os dedos, na altura das costelas. Se essa prega for muito grossa, pode significar excesso de gordura. Outra característica é o aumento de gordura ao redor do pescoço. Portanto, se você não consegue sentir facilmente as costelas do pet, vê claramente a cintura dele ou se a coleira fica um pouco apertada, ele pode estar acima do peso. 

“Alguns animais, infelizmente, chegam ao consultório com graves problemas de saúde por terem sido alimentados de forma errada e exagerada, na qual sorvetes, biscoitos, doces, iogurtes e outras guloseimas fazem parte dessa rotina perigosa. É importante o tutor se atentar a esses detalhes fundamentais para ter a companhia do pet por um longo tempo. Muitos cães morrem cedo por descuido de seus tutores, que contribuem para esse quadro de obesidade oferecendo alimentos prejudiciais e que mais tarde mostram seus efeitos”, observa André.

O veterinário complementa: “Atualmente, há muitas maneiras de manter os animais saudáveis, garantindo longevidade plena, pois rações bem elaboradas e equilibradas são facilmente encontradas nas pet shops e por um bom custo benefício.”

Dieta com baixas calorias, ração light ou diet receitadas pelo veterinário fazem parte do combate à obesidade. E não faltam tratamentos modernos e exercícios para os bichos gordinhos voltarem à forma. Natação, esteira elétrica, rampas e escadas, spa e atividades esportivas como caminhadas e agility estão entre as técnicas e atividades mais utilizadas.

É importante salientar o acompanhamento do médico veterinário, pois o excesso de exercícios ou a escolha inadequada podem agravar algumas lesões articulares e até mesmo descompensações cardíacas.

“Quando se tem um bom acompanhamento no tratamento e um controle correto, principalmente no manejo alimentar, as respostas são muito satisfatórias. Os animais conseguem saudavelmente perder peso e voltar praticamente ao seu peso de origem, ou muito próximo dele, tornando sua vida mais alegre, cheia de vitalidade e disposição”, finaliza André Mello.

Dieta sob controle

CHECK-UP. Leve seu cão ou gato ao veterinário para fazer um check-up e verificar a causa da obesidade.

PESO. Em conjunto com o veterinário, estabeleça uma meta de peso adequado. Nessa fase, é extremamente importante a colaboração do tutor, caso contrário qualquer dieta será inútil.

RAÇÃO. Observe a quantidade diária de ração oferecida. Às vezes, a simples redução diária é suficiente. Rações diet e light são outra solução. Estabeleça horários e não deixe ração à disposição.

REFEIÇÕES. Assim como nós humanos, é melhor que seu animal de estimação coma mais vezes e em menores porções, em vez de ter uma única e grande refeição diária. Pense que, dessa forma, você será capaz de reduzir a ansiedade do pet por comida enquanto acelera continuamente seu metabolismo.

PETISCO. Elimine ou reduza os petiscos entre as refeições.

MANTENHA O PET LONGE DA COZINHA. Dessa forma, duas coisas acontecerão: a primeira é que você evitará a tentação de estar comendo ou cozinhando e “deixará cair alguma coisa” que seu animal de estimação possa comer e que não pertença à dieta dele. Seja forte e resista aquela cara ‘pidona e carente’! A segunda é que o pet não sentirá ansiedade por ver você comendo ou preparando algo gostoso.

EXERCÍCIOS. Inicie ou aumente os exercícios com seu cão. Os cachorros naturalmente gostam de correr e brincar, então programe um calendário de atividades mais intensas. Leve-o para fora e faça-o andar por pelo menos 40 minutos por dia. Deixe-o correr em um parque ou lhe dê brinquedos que promovam o gasto de energia. Você tem que ter em mente que não basta que o cão desça à rua para se aliviar e pronto. Você deve fazê-lo andar e correr! Está sem tempo? Contrate um passeador ou os serviços de uma pet sitter.

GATOS EM MOVIMENTO. Para que seu gato, que gosta tanto de ficar deitadão no sofá feito o ‘Garfield’, perca peso, considere comprar alguns brinquedos interativos para ele e usá-los para brincar juntos e se divertir. Disponibilize arranhadores (use catnip para atrair o felino a usá-lo) e, se possível, providencie nichos de madeira que podem ser instalados em paredes para o gato escalar.

COMO PESAR. Pegue o animal no colo e suba na balança. Anote o peso. Suba na balança sozinho e anote. Seu peso com o animal no colo menos o seu peso sozinho é igual ao peso do animal.

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