Um dos cuidados essenciais com os cães e os gatos, principalmente os pets mais jovens, é a vermifugação. Os parasitas internos – ou endoparasitas – são pequenos organismos, em especial vermes e protozoários, que vivem no organismo do animal, principalmente no intestino, coração e pulmões. Além de imunizar o mascote, o programa de prevenção também protege toda a família de doenças.
“A infestação pode ser fatal para o animal e também oferece risco para as pessoas que convivem com ele, já que muitos vermes de cães também podem causar doenças em seres humanos, conhecidas como zoonoses”, alerta o veterinário Juarez Dias.
Às vezes, é possível ver os vermes nas fezes do animal. No entanto, os ovos são microscópicos e não podem ser detectados a olho nu. Esses ovos estão frequentemente presentes nas fezes, prontos para infectar outro animal. Mas os parasitas internos também podem permanecer escondidos no corpo do animal quando invadem um órgão interno (o coração, por exemplo).
Programa de prevenção contra os vermes
Nos filhotes, a vermifugação deve começar a partir de seis semanas de vida, com auxílio do médico veterinário. Mas o ideal é que o tratamento seja feito na mãe antes do cruzamento, porque as verminoses podem ser transmitidas ainda na vida uterina.
Cães que realizam consultas veterinárias rotineiras e são submetidos a exames de fezes periodicamente são vermifugados quando necessário, conforme resultado dos exames. Caso contrário, o animal deve ser vermifugado regularmente.
“O animal que vive em casa deve ser vermifugado de quatro em quatro meses. Esse animal está mais suscetível a ser infestado do que o que mora em apartamento. Este deve ter a vermifugação repetida semestralmente”, orienta o veterinário.
Os tipos de vermes que aparecem com maior frequência são os ancilóstomas, toxocaras e tênias. Nos animais, os vermes podem causar fraqueza, anemia e atingir até o coração. Há vermífugos líquidos, em comprimidos ou ainda injetáveis. Doses exageradas podem prejudicar o fígado e o intestino do animal, portanto, a medicação apropriada, bem como sua dose correta deve ser prescrita pelo veterinário.
Alguns dos tipos de vermes mais comuns em cães e gatos
Ancylostoma caninum. O mais comum é o Ancylostoma caninum, ou bicho-geográfico, que infecta gatos e cães. O local predileto para esse verme em forma de gancho se alojar é no intestino delgado. Os sinais clínicos são vistos primeiramente nas fezes, que apresentam sangue, anemia, diarreia, vômitos e queda de pelo. Os animais domésticos podem ser infectados através do leite materno ou de solo ou pele contaminados. Filhotes recém-nascidos, de 5 a 10 dias, podem vir a óbito.
Dipylidium caninum. Comumente chamado de tênia canina, este parasita pode chegar a 60 cm de comprimento e é transmitido por pulgas. Cães e gatos podem ser infectados. Entre os sinais clínicos perceptíveis estão o prurido anal e a presença do parasita nas fezes, semelhante a grãos de arroz. Pode ocorrer a infecção em humanos, sendo mais comum em crianças. É fundamental, portanto, fazer o controle de pulgas no animal e no ambiente.
Toxocara sp. É o mais frequente entre os vermes cilíndricos e afeta tanto gatos (Toxicara cati) quanto cães (Toxocara canis). O parasita se aloja no intestino delgado do animal, se alimentando e produzindo ovos, que posteriormente serão liberados nas fezes ou no vômito, contaminando o ambiente. Também pode afetar humanos quando ingeridos os ovos, provocando a toxocaríase.
Dirofilaria immitis. A dirofilariose é a mais importante – e preocupante – das doenças causadas por este verme comprido e fino. Se aloja em órgãos como pulmão e coração – por isso é conhecido como ‘verme do coração’. A dirofilaria é transmitida por mosquitos (vetores) dos gêneros Aedes e Culex, que podem carregar as larvas, após contato prévio com animais infectados. O mosquito pica um cachorro e, dessa forma, se infecta com as larvas do parasita.
O gato é considerado um hospedeiro acidental (o verme não se desenvolve por completo nos organismo dos felinos, daí eles não transmitem a doença), assim como o homem. Vômito, perda de peso, tosse, apatia, dificuldade em respirar e aumento do ritmo cardíaco são alguns dos sinais. Eles costumam aparecer cerca de seis meses após a contaminação do animal, o que pode dificultar o diagnóstico e tratamento. Para prevenção, é fundamental que haja a administração de medicamentos anti-helmínticos (comprimidos ou líquidos) capazes de combater os vermes do coração. Eles devem ser administrados no pet a partir dos 60 dias de vida, principalmente em áreas endêmicas (geralmente o litoral).
Strongyloides stercoralis. Parasitas desse gênero (S. stercolaris e S. felis) causam a estrongiloidíase, uma infecção intestinal. Pode contaminar cães, gatos e o homem, por isso é uma zoonose. A infecção ocorre após a penetração ativa da larva na pele, pela mucosa da boca ou do esôfago após a ingestão. Podem ocorrer também autoinfecções, quando os ovos eclodem no intestino do animal parasitado e as larvas penetram na parede do órgão desse animal. Diarreia e anorexia (perda aguda de peso) estão entre os sinais.
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