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Primeiros socorros para os pets

Saber prestar os primeiros socorros pode salvar uma vida. Foto: Canva.com

O que fazer se o bichinho de estimação comer uma planta venenosa, tiver convulsões, sofrer uma insolação ou queda? É claro que a melhor maneira de lidar com situações de emergência é evitá-las, mas apesar de toda a vigilância por parte da família humana, acidentes podem acontecer. Por isso, é sempre válido saber alguns dos procedimentos de primeiros socorros, muitos dos quais podem salvar a vida do mascote, caso não dê tempo de esperar a chegada do veterinário.

“Um animal doente ou machucado pode não agir de forma normal, de acordo com seu temperamento, por isso, é importante conhecer bem o bichinho, porque qualquer mudança comportamental pode mostrar que há algo errado com ele”, observa a veterinária Márcia Aragão.

Entre as emergências mais comuns estão as causadas por envenenamento ou intoxicação, traumas físicos, feridas por mordidas, picadas, cortes, queimaduras e fraturas.

A precaução inclui ter sempre em casa produtos básicos para socorros imediatos. Os mais indicados são: termômetro; algodão; gaze; esparadrapo; água oxigenada; soro fisiológico; solução de iodo; ataduras antiaderentes ou tiras de pano; conta-gotas ou seringa longa sem agulha para administrar tratamentos orais ou lavar feridas; luvas de látex; pinça longa e tesoura. Nunca dê para o animal analgésicos (Paracetamol, por exemplo), aniti-inflamatórios e calmantes de uso humano!

“Como tenho muitos bichos em casa, sou bastante prevenida. Tenho duas prateleiras de remédios para qualquer emergência eventual”, conta a pedagoga Maria de Lourdes Duarte da Silva, tutora de cinco cães e quatro aves.

O veterinário Ernani de Castilho ressalta que, mesmo que o tutor preste os primeiros socorros, é fundamental levar o animal à clínica veterinária mais próxima o mais rápido possível: “Muitas vezes, embora o animal pareça estar bem por fora e o tutor avalie que o ocorrido não foi grave, pode sim haver lesões internas que, se não tratadas prontamente, são fatais, como no caso de um atropelamento.”

O especialista acrescenta ainda que se o animal estiver ferido, provavelmente ele demonstrará dor e medo. No entanto, o tutor precisa manter a calma e tomar cuidado para não ser mordido ou arranhado. “Deve-se evitar abraçar o pet e ficar afastado do focinho, principalmente o rosto. É importante agir devagar e com cautela, evitando que o bichinho fique mais alterado. E se o tutor levar o pet à uma clínica sozinho dirigindo um veículo, deve fazer com cuidado, pois o pânico pode colocar os dois em perigo.”

Confira os acidentes mais comuns e o que fazer antes de levar o animal ao veterinário:

Gaze, algodão e esparadrapo estão entre os itens indispensáveis para um socorro imediato

QUEIMADURAS

Lave imediatamente a área atingida com água fria. Coloque uma compressa de gelo no local e mantenha por períodos de cinco minutos. É importante não colocar o gelo diretamente sobre a pele do animal. Envolva-o em uma toalha ou em outro tecido limpo.

ENVENENAMENTO

Os primeiros sintomas são vômito, prostração, excesso de salivação e em muitos casos, diarreia. Não iniba o vômito, ao contrário, estimule. Ingestão de veneno para ratos é o mais comum de ocorrer. Uma dica é dar uma cápsula ou um comprimido de carvão vegetal (vendido nas farmácias), que diminui os efeitos do veneno. Procure descobrir o agente causador do envenenamento e leve-o, junto com o animal, ao veterinário imediatamente. A ação do veneno varia de acordo com a substância e quantidade ingeridas.

Em geral, as crises convulsivas duram poucos minutos.
Foto: Pexels

CONVULSÕES

Se o animal entrou em convulsão, não se desespere. Procure proteger o animal para que, ao se debater, não tenha nenhum traumatismo. Em geral, as crises convulsivas duram poucos minutos. Quando a crise passar e o bichinho estiver mais tranquilo, leve-o ao veterinário para uma avaliação. Porém, há casos em que crises são sucessivas, praticamente sem intervalos entre uma e outra. Neste caso, não espere muito tempo. Envolva o animal em uma toalha e leve-o para atendimento clínico.

LUXAÇÕES

O animal manca repentina e intensamente. Há uma posição anormal dos membros. Pode haver ou não inchação. O animal demonstra dor ao mover-se e tenta não usar o membro afetado. São sinais de uma fratura. É importante manter o animal quieto e descansando para evitar maiores danos. Não tente reposicionar o membro afetado. Leve-o ao veterinário.

ENGASGO

Se o animalzinho estiver engasgado, olhe dentro de sua boca e procure um corpo estranho visível. Se encontrá-lo, remova-o com bastante cuidado, utilizando uma pinça longa, devidamente higienizada. Tenha cuidado para não empurrar o objeto mais para dentro da garganta e, se continuar alojado e imóvel, coloque o animal deitado de lado e faça uma leve pressão na altura das costelas com a palma da mão, três ou quatro vezes. Repita, se necessário, até seu deslocamento. Engasgo com corpo estranho, alimento, vômito e água são os mais comuns.

QUEDA

Se o bichinho sofreu uma queda, remova-o com cuidado, movimentando-o o mínimo possível. Coloque-o em superfície rígida, como um pedaço de madeira, de forma que simule uma maca. Leve o animal ao veterinário imediatamente para que ele avalie a extensão das lesões.

Em caso de intoxicação por plantas, colete partes do que ele comeu e dirija-se ao veterinário.
Foto: Canva.com

INTOXICAÇÃO

Em caso de intoxicação por plantas (aroeira, azaleia, espada de São Jorge, comigo-ninguém-pode, hortênsia hera, mamona, nêspera), lave a boca do animal com água corrente. Colete partes da planta que ele comeu e dirija-se ao veterinário, que deverá ser informado sobre o tipo e quantidade de planta ingerida, horário presumido de ingestão e sintomas derivados.

Produtos de limpeza, medicamentos e solventes também podem intoxicar, portanto, também devem ser mantidos fora do alcance dos animais. Chocolate também é altamente tóxico para cães e gatos, pois contém um ingrediente chamado teobromina, que afeta principalmente o intestino, o coração, o sistema nervoso central e os rins. Se o pet ingerir por acidente, leve-o à clínica imediatamente.

INSOLAÇÃO

Uma das medidas para evitar que um cachorro sofra insolação é não levá-lo para passear no meio do dia. Entre os sinais estão: respiração rápida ou ofegante, com aumento da salivação; aumento da frequência cardíaca; fraqueza muscular e perda de equilíbrio. Além do risco de insolação, o asfalto imediatamente fica muito quente e queima as almofadas dos cães.

Ligue imediatamente para o veterinário e siga as suas instruções. Neste meio tempo, há algumas ações que você pode fazer para tentar aliviar a insolação no pet: coloque panos molhados em água fria (não gelada!) nas axilas, barriga e entre as pernas do animal. Mas atenção: não o cubra com toalhas, não o banhe com água gelada ou coloque gelo nele, a menos que seja orientado pelo veterinário. Dê água fresca (e não gelada!) ao seu pet para se hidratar, desde que ele esteja em condições de beber. Mas não deixe que ele beba toda a água de uma só vez. Ele deve beber aos poucos e com calma até chegar ao veterinário.

Filhote de pássaro caído da árvore deve ser colocado em um ninho improvisado. Foto: Canva.com

AVES

O filhote caído do ninho de uma árvore deve ser colocado em um ninho improvisado (caixa de papelão ou aquário pequeno vazio). Proteja o fundo do ninho com papel e forre-o com uma camada de 4 cm de maravalha de pinus. Alimente a ave no bico com papa industrializada (à venda nas pet shops), utilizando uma seringa pequena. Quando a ave passar a se alimentar sozinha e as penas das asas tiverem nascido, ela poderá ser solta na natureza.

PEIXES

Se você é do tipo que gosta de ver os peixes ornamentais bem gordinhos, saiba que comida em excesso na água do aquário fermenta, alterando o pH da água e provocando a morte dos peixes. Alimente-os de acordo com as indicações dos rótulos das embalagens de ração.