Search

Anuncie

(21) 98462-3212

Sinais de problemas cardíacos em cães

Com o uso de um estetoscópio, é possível ouvir sopros e outras alterações cardíacas. Fotos: Canvas.com

Cães também são vítimas de doenças cardíacas de diversos tipos – também chamadas cardiopatias. Esses distúrbios afetam diretamente o coração e pioram a qualidade de vida do animal, e até nos casos mais extremos, pode causar a morte.

Em grande parte dos casos, as causas das cardiopatias em cães são derivadas de outras patologias ou doenças de origem viral, infecciosa, nutricional ou tumoral – ou seja, não provêm de origem genética. Os mais propensos são os de raça pequena e os de idade avançada (a partir de 8 anos) e os sinais clínicos não devem ser negligenciados.

PRINCIPAIS SINAIS:

Tosse. Especialmente se for uma tosse contínua que piora durante a noite ao dormir ou de manhã ao acordar. A tosse é uma consequência da formação de edema nos pulmões devido ao aumento da pressão venosa. Mucosas azuladas também são um indicativo.
Dificuldade respiratória. Ou respiração acelerada, como depois de ter feito uma atividade física muito leve.
Fadiga constante e intolerância ao exercício. Cães com problemas cardíacos se movem menos e relutam em passear, brincar ou se exercitar. Lembre-se que um cachorro saudável é capaz de brincar ou ser ativo em determinados momentos do dia.
Desmaio. É um sinal de que a doença cardíaca já está muito avançada ou grave. Esta é uma situação de emergência veterinária.
Falta de apetite. Muitos animais com doenças cardíacas apresentam apatia, falta de apetite e perda de peso.

Já as cardiopatias congênitas (herdadas) são observadas com maior frequência em cachorros com menos de 3 anos.

As raças mais propensas a desenvolver problemas cardíacos congênitos são: boxer, doberman, cocker spaniel, pinscher, poodle, golden retriever, labrador, pastor alemão, buldogue, schnauzer miniatura e west highlander.

Por isso, é muito importante reconhecer os sintomas que o pet pode estar apresentando uma possível doença cardíaca, a fim de detectá-la a tempo e iniciar o tratamento adequado.

“A visita periódica ao veterinário é fundamental, porque muitos animais cardiopatas não apresentam nenhum sintoma. Nesses casos, a doença é diagnosticada por uma auscuta de sopro cardíaco feita pelo veterinário”, destaca a veterinária Maria Helena Barreto.

Cada cão sofre de uma doença cardíaca diferente e o tratamento que será aplicado dependerá da doença cardíaca que sofre e do seu estado de saúde.

Outro detalhe é que, apesar de poderem morrer de doenças cardíacas, os cães raramente são vítimas de infarto. Isso porque o sistema cardiovascular deles é bastante resistente. Afinal, os cães não fumam, não bebem e não têm estresse.

O APARELHO CARDIORRESPIRATÓRIO

O aparelho cardiorrespiratório dos cães se constitui, como em todos os mamíferos, do coração e do dois pulmões. O coração ocupa uma posição mediana na caixa torácica, entre a terceira e a quarta costela. Válvulas separam aurículas e ventrículos; a válvula mitral (separando as cavidades esquerdas) é a mais frágil e desencadeia frequentemente insuficiências cardíacas no cão idoso.

A frequência média dos batimentos cardíacos é de 90 pulsações por minuto, mas pode atingir mais de 200 durante esforços consideráveis. Essas frequências dependem muito da idade, do estado de saúde geral e do treinamento do animal.

A frequência respiratória, em repouso, é de 15 a 20 respirações por minuto, mas pode ultrapassar 100 quando o cão está ofegante. Quando a temperatura corporal aumenta, o cão ofega, provocando a evaporação da saliva, refrescando-o. A frequência respiratória se mede facilmente graças ao movimento alternado da caixa torácica. A frequência cardíaca pode ser tomada seja apalpando a parte ventral da parece torácica, seja apalpando o pulso na face interna da coxa, local de passagem da artéria femoral.

DIAGNÓSTICO PARA DOENÇAS CARDÍACAS EM CÃES

Entre os métodos mais comuns para detectar problemas cardíacos em cães estão:

Auscultação. Com o uso de um estetoscópio colocado no tórax, é possível ouvir sopros e outras alterações cardíacas.
Eletrocardiografia. Consiste em registrar a atividade elétrica do coração. O exame fornece informações sobre a frequência cardíaca, a existência de arritmias e outras anormalidades.
Radiografia. Permite visualizar a forma e o tamanho do coração, bem como a existência de edema pulmonar e congestão de outros órgãos, como o fígado.
Ecocardiografia. A técnica permite visualizar a anatomia cardíaca em movimento, observando a força de contração, o funcionamento das válvulas e o fluxo sanguíneo, entre outros.
Ressonância magnética: Avalia a anatomia cardíaca com precisão.

Normalmente é recomendada uma dieta que atenda às necessidades do animal cardiopata

TRATAMENTOS

Praticamente todos os tratamentos são paliativos e não curativos. As doenças cardíacas são controladas com medicação e dieta (as rações indicadas têm baixos níveis de sódio). “O objetivo é manter o animal com uma boa qualidade de vida evitando a formação de edema”, diz a veterinária Maria Helena Barreto.

De qualquer forma, com o tratamento devido, um animal de estimação com doença cardíaca pode recuperar a saúde e prolongar a sua esperança de vida.

Em suma, os tratamentos consistem em:

Tratamento dietético. Consistirá em fornecer uma dieta que atenda às necessidades do animal e otimize o débito cardíaco. Há dietas comerciais (com rações específicas) com restrição de sódio e ingestão calórica adequada para manter o peso ideal. A contribuição de suplementos com L-carnitina ou coenzima Q10 também é usualmente aplicada. O exercício diário moderado é necessário para manter a condição corporal ideal para o cão.

Tratamento medicamentoso. Existem grupos de medicamentos com funções específicas que podem ser combinados entre si para melhorar a condição do animal e controlar os sinais clínicos. Há medicamentos para melhorar a contratilidade do coração (simpaticomiméticos, digitálicos ou inodilatadores), diuréticos, venodilatadores, anti-hipertensivos e antiarrítmicos. Ao administrar medicamentos para o coração, é importante seguir a prescrição do veterinário.

É muito importante seguir as instruções do médico veterinário, não variar as doses dos medicamentos sem a devida orientação e acionar o profissional no caso de qualquer alteração nos sintomas do pet.

O exercício é benéfico para um cão cardiopata, mas tome cuidado com a intensidade que ele pode suportar. Siga corretamente as orientações do veterinário.

Animais com doenças cardíacas são especialmente sensíveis ao calor, por isso, durante o verão, é recomendável fazer caminhadas nas horas mais frescas do dia – início da manhã e fim de tarde.

PREVENÇÃO

Desde que as doenças cardíacas não sejam congênitas, uma série de hábitos saudáveis podem ser feitos para ajudar a prevenir ou retardá-las pelo maior tempo possível.

Dieta balanceada. Alimente seu pet com ração de boa qualidade, rica em proteínas e pobre em grãos e cereais.
Exercícios físicos. Certifique-se de que seu cão tenha um peso corporal adequado. Você pode manter esse controle através de caminhadas diárias ou estimulando o animal através de atividades físicas e mentais em casa.
Check-up periódicos. Leve seu animal de estimação ao médico veterinário regularmente para uma revisão geral, para ele detectar se há sopro cardíaco ou ritmo cardíaco anormal que levantem suspeitas de cardiopatias. Dessa forma você pode prevenir doenças antes que o pet comece a apresentar sintomas.