
Chegou a hora do almoço e os doguinhos já chegam de mansinho, de olhos atentos à movimentação da família humana se deliciando com suas refeições. A verdade é que é bem difícil resistirmos aquelas carinhas “pidonas”, que ficam na expectativa de ganhar um pedaço de guloseima ou as sobras dos pratos dos seus tutores. Mas, será que deveríamos dar um pouco de nossa comida aos pets?
Pois a resposta é não e há muitas razões para isso. A principal, é que os cães devem aprender, desde filhotes, que a comida deles é a ração na tigela. “A qualidade do alimento oferecido é essencial. A ração deve ser bem balanceada, dentro de um valor nutritivo ideal para o tipo e a faixa etária do animal, no prazo de validade e bem conservada. Qualquer deficiência na alimentação reflete rapidamente na aparência e na saúde”, explica a veterinária Márcia Pinho.
Os demais motivos estão relacionados à saúde e bem-estar do pet. Muitos alimentos de consumo humano podem causar problemas digestivos aos animais. “Os problemas mais frequentes são os alérgicos, que provocam queda de pelos, por carência de vitaminas e hipersensibilidade alimentar”, alerta a veterinária. Além disso, alguns itens de nossa dieta podem causar intolerância ao glúten ou à lactose e outros alimentos podem causar pancreatite devido ao excesso de gordura.
Outra razão para não darmos sobras de nossas refeições é evitar um possível ganho de peso no animal. “E ainda tem o fato de que o animal pode passar a recusar ração ou ter o mau hábito de implorar por restos de comida”, observa Márcia.
Aqui estão alguns possíveis problemas ao dar sobras de refeições aos cães:
– Vômitos
– Dor de estômago
– Problema circulatório
– Irritação no trato digestivo
– Fezes moles e mal formadas
– Deficiências nutricionais
– Intoxicação
– Doenças periodontais

É importante saber que determinados alimentos, muito comuns em nossas sobras, podem ser extremamente prejudiciais à saúde do cão e até intoxicá-los. Portanto, evite ao máximo alimentos como:
Ossos ou restos de peixe cozidos: podem partir-se e causar ferimentos e asfixia.
Carnes recheadas: podem causar vômito e diarreia por causa de temperos, embutidos e defumados.
Frituras: podem causar transtornos digestivos.
Cebola e alho: muito cuidado com recheios e molhos! O tiossulfato, presente nesses alimentos, pode causar problemas respiratórios em cães, bem como graves problemas digestivos. Mantenha-os longe também de alho-poró e cebolinha.
Frutos do mar: mariscos podem causar problemas digestivos graves para os cães, resultando em vômitos, diarreia e prisão de ventre. Isso se deve a uma substância chamada quitina, que os cães não digerem bem, encontrada principalmente em crustáceos, mas também em outros alimentos, como cogumelos.
Uva e uva passa: o caroço tem uma substância que é tóxica, podendo a levar a problemas renais.
Chocolate: possui a substância teobromia, que causa intoxicação levando a vômito e diarreia.
Laticínios: podem causar desconforto quando ingeridos, principalmente em casos de intolerância à lactose.
Álcool: os animais não podem consumir álcool em nenhuma circunstância! Infelizmente, não raro vimos fotos e vídeos na internet, por exemplo, com pessoas ‘achando que estão fazendo graça’ (opinião aqui da jornalista, gente) dando cerveja e outras bebidas para animais. O álcool pode danificar o cérebro e o fígado de um cão, mesmo em doses muito pequenas. Com apenas duas colheres de sopa de álcool destilado, seu cão pode entrar em coma e até morrer.
Como você pode ver, dar sobras de nossas refeições não é o melhor a fazer com o pet. A recomendação é que seja fornecida apenas ração de boa qualidade para o seu cão, além de petiscos específicos para eles.
Por MB.
