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A sobrevivência humana é possível sem as abelhas?

As abelhas silvestres são insetos polinizadores incomparáveis. Foto: Pixabay

A Terra sofreu cinco grandes extinções sucessivas nos últimos 500 milhões de anos. A cada um desses eventos, a vida praticamente desapareceu – como foi o caso dos dinossauros, há 65 milhões de anos. Mas a natureza sempre conseguiu ter sobreviventes.

Para os cientistas, o mais provável é que estejamos à beira de uma sexta extinção em massa. Neste caso, com as atividades humanas e suas consequências recaindo sobre o meio ambiente, a biodiversidade e o clima, que mais cedo ou mais tarde, eles alertam, vão dizimar grande parte da vida do planeta.

Na verdade, há listas de espécies animais que já estão em vias de desaparecer. As abelhas silvestres, no entanto, não estão entre elas, o que é preocupante, pois, embora pouco conhecidas, são essenciais para manter o delicado e frágil equilíbrio do ecossistema global.

Em todo o mundo existem cerca de 20.000 espécies de abelhas, em sete famílias distintas, das quais cerca de 300 espécies silvestres (nativas da mata brasileira) vivem no Brasil, sendo responsáveis pela polinização de áreas naturais e também de agroecossistemas.

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As abelhas silvestres são insetos polinizadores incomparáveis. É por meio da polinização que se estabelece a produtividade das plantas e dos animais em quase todos os ecossistemas terrestres. De fato, estudos sobre a ação das abelhas no meio ambiente evidenciam a extraordinária contribuição desses insetos na preservação da vida vegetal e na manutenção da variabilidade genética.

A importância desse grupo decorre da relação que mantém com as plantas. As abelhas são visitantes florais obrigatórios porque dependem desses recursos durante todo o seu ciclo de vida. As larvas são alimentadas com mistura de pólen e néctar e os adultos buscam ativamente o alimento nas flores.

Em grave perigo

Muitas das atividades agrícolas humanas têm impacto negativo direto ou indireto sobre a biodiversidade e, em especial, das abelhas silvestres. Nos últimos anos, a preocupação com a conservação desses insetos se acentuou devido ao declínio de polinizadores e, consequentemente, da polinização em regiões ocupadas por atividades econômicas.

A fragmentação de habitats, que tem sua origem nos desmatamentos; o uso de pesticidas ou agrotóxicos em culturas agrícolas e a introdução de espécies invasoras – como as vespas asiáticas – capazes de competir com as abelhas nativas estão entre os fatores que mais contribuem para a redução da diversidade das abelhas.

O que fica claro é que é preciso proteger as abelhas, pois a vida delas é crucial para o planeta e o equilíbrio dos ecossistemas, ou seja, a sobrevivência de todos os seres vivos.

Os animais selvagens já estão em grave perigo. Ter abelhas em uma área não é garantia de polinização, pois há estudos que mostram que cada espécie desses insetos tem uma determinada função dentro do ecossistema ao qual pertence. E entre as abelhas é impossível substituir uma pela outra. Por isso, não é bom para o ambiente se alguma de suas espécies desaparecer.

A consequência da extinção desses insetos seria trágica, não só para o planeta como para todos os seres vivos.

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