Uma estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), aponta que, em 2020, o Brasil tinha mais de 30 milhões de animais em situação de abandono. O cenário em Juiz de Fora (MG) não se distancia dessa realidade. De acordo com a assessoria do Canil Municipal, o abandono de animais aumentou aproximadamente em 20% na cidade durante a pandemia. Tais dados refletem no crescimento do número de cães e gatos acolhidos e, consequentemente, na demanda em relação à estrutura e funcionamento do canil.
No entanto, a assessoria informou que as impossibilidades de realização de feiras e recebimento de visitas foram o que mais impactou neste período, diminuindo significativamente as adoções realizadas no canil.
O número de denúncias envolvendo maus tratos a animais também cresceu, observa a vereadora e ativista da causa animal Kátia Franco (PSC). “Nós percebemos um aumento expressivo no número de denúncias envolvendo os maus tratos a animais. E, na maioria das vezes, esses animais acabam indo para o canil, onde estarão condenados a ficarem o resto da vida.”
A vereadora estima que, atualmente, o canil abriga 600 animais além da capacidade máxima, que é de 320. “Em baias onde cabem 5 animais, estão vivendo 20, amontoados”. Ela comenta que os problemas vão para além da superlotação. “Temos, por exemplo, a falta de efetivo – precisamos de mais veterinários, atendentes, dentre outros serviços que se façam necessários – e o funcionamento deveria ter seu horário ampliado ou até 24h.”
Promessa de ampliação
Em abril, a prefeita Margarida Salomão visitou o canil e notificou que estava prevista uma ampliação do espaço para abrigar melhor os animais. Naquele momento, o local contava com 70 baias para cães, quatro gatis e quatro currais. De acordo com o “Tribuna de Minas”, a Prefeitura informou sobre as ampliações que serão iniciadas em breve e já estão sendo realizados levantamentos para identificar as demandas necessárias.
A ampliação ajudaria na ambientação do animal para que possa esperar de forma digna até ser adotado, comenta a vereadora. O vereador Marlon Siqueira (PP) também alerta que, para além de se pensar numa ampliação, é necessário investir em castração e campanhas educativas de adoção responsável e contra os maus-tratos. “Medidas como essa, impactam positivamente e diretamente no número de animais em situação de rua”, completa.
Necessidade de flexibilização do horário
O canil é um lar temporário, por isso, é fundamental que os animais sejam acolhidos e bem cuidados, mas também é importante fomentar a adoção. E a superlotação é um problema recorrente na cidade. Para solucionar esta questão, a Secretaria de Comunicação (Secom), em parceria com o Canil Municipal da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), criou a campanha Me Adota Aí, em fevereiro deste ano, para promover a adoção de cães e gatos que estão abrigados no Canil Municipal. De acordo com o site da campanha, são mais de 800 animais precisando de um lar e, até o momento, já foram adotados 103.
Fonte: Tribuna de Minas