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Os primeiros abutres-fouveiros (Gyps fulvus) – aves também chamadas de grifos – a serem reintroduzidos na natureza no Marrocos foram libertados em 2017 pelo Departamento das Águas e das Florestas do Governo de Marrocos. Desde então, e em parceria com a organização GREPOM/Birdlife Marrocos, o Departamento tem continuado os esforços para trazer de volta esta ave.
“É um verdadeiro prazer ver os grifos acasalando e se reproduzindo pela primeira vez em Jbel Moussa”, disse, em comunicado, Khadija Bourass, director executivo da GREPOM/Birdlife Marrocos. “Os grifos reproduziram-se em Marrocos até aos anos 80 do século passado e pouco depois a espécie desapareceu do país.” As causas terão sido a falta de alimento, a caça ilegal, o envenenamento e a falta de habitat.
O projeto de conservação é baseado no Centro de Reabilitação de Abutres na costa Sul do Estreito de Gibraltar, no cume da majestosa montanha Jbel Moussa, um sítio de importância biológica. O Centro foi aberto em maio de 2020 e um mês depois passou a ser a casa do programa de reintrodução do abutre-fouveiro.
No âmbito do programa, os abutres em dificuldades que são resgatados durante as migrações anuais são colocados em instalações especializadas onde lhes são prestados os cuidados necessários para a sua recuperação.
Em janeiro deste ano, durante a época de reprodução, foram reintroduzidos na natureza oito abutres-fouveiros, na esperança de encorajar abutres selvagens na região a retomar o seu comportamento.
E deu resultado. A equipe continuou a monitorar as aves libertadas e registou provas da reprodução na natureza no final de janeiro.
“O nosso próximo desafio é avaliar a taxa de integração destes abutres na natureza, a reprodução com sucesso e a capacidade de sobrevivência e para procurar alimento fora da área de reintrodução”, explicou Rachid El Khamlichi, responsável pelo Centro de Reabilitação de Abutres.
A equipe prevê diversificar os locais onde têm instalados campos de alimentação para encorajar os abutres libertados a usarem novas áreas.
“O nosso objetivo é garantir a sustentabilidade e a sobrevivência da colónia a médio e a longo prazo”, acrescentou El Khamlichi.
Das cinco espécies de abutres que já se reproduziram no Marrocos apenas restam duas: o quebra-ossos (Gypaetus barbatus) e o abutre-do-Egito (Neophron percnopterus).
Fonte: Wilder.pt