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Ações do Ibama auxiliam na proteção dos animais em extinção no Rio Grande do Sul

Papagaio-charão ou papagaio-da-serra (Amazona pretrei). Foto: Canva.com

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tem papel importante na proteção e na preservação dos animais no Rio Grande do Sul, cuja biodiversidade – a riqueza e a variedade de ecossistemas e de espécies – vem sendo afetada pela ação humana.

O tráfico de animais silvestres é uma das principais ameaças à biodiversidade. O comércio ilegal ocasiona desequilíbrios ecológicos, além de sofrimento aos animais.

No Rio Grande de Sul há quase três centenas de espécies ameaçadas de extinção, segundo dados da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura.

Em todo o país, os Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama recebem aves, mamíferos e répteis vítimas do comércio ilegal, que ocorrem desde feiras livres a espaços virtuais.

Analista ambiental do Cetas em Porto Alegre, a médica veterinária Fernanda Libório, confirma: a maioria dos animais que chegam ao local provém do tráfico e do cativeiro ilegal. Em menor quantidade, há animais machucados, que foram resgatados ou entregues espontaneamente. Muitas vezes, são animais ameaçados de extinção, o que exige uma atenção diferenciada.

Os três principais animais que estão na lista de animais em risco de extinção no RS e que foram recebidos em maior número no Centro de Triagem entre 2022 e 2023 são:

1º – Ave – bico-de-pimenta (Saltator fuliginosus) – 61 exemplares, sendo 59 oriundos de apreensões e 2 de entregas voluntárias ou outros.
2º – Ave – papagaio-charão ou papagaio-da-serra (Amazona pretrei) – 37 no total, sendo 20 oriundos de apreensões e 17 de entregas voluntárias ou outros.
3º – Mamífero – bugio-ruivo, barbado ou guariba (Alouatta guariba) – 21 animais: 1 oriundo de apreensão e 20 de entregas voluntárias ou outros.

Iniciativas de preservação

A analista do Ibama/RS informa ainda que entre as ações do Instituto relativas à preservação de animais ameaçados estão fiscalizações periódicas, atendimento a animais silvestres, monitoramento de vida livre, produção de artigos científicos, educação ambiental e parceria com reabilitadores, em busca de reprodução de espécies para repovoamento.

Entre as entidades mantenedoras de fauna silvestre está a Quinta da Estância, no município de Viamão, primeiro criadouro conservacionista do Brasil autorizado pelo Ibama. No local, são realizados trabalhos de reabilitação e reintegração de animais, incluindo espécies em extinção.

Nos dois últimos anos, o Cetas de Porto Alegre recebeu 17 espécies que constam na lista estadual de ameaçados, entre aves e mamíferos. Foram 168 animais, sendo 109 de apreensões e os demais de entregas voluntárias ou outras situações, como resgates ou acidentes.

A Superintendência do Ibama no RS emitiu nove autos de infração, totalizando R$ 355 mil. Entre as ocorrências, destacam-se a prática de maus-tratos, a manutenção do animal em cativeiro sem licença e a morte.

‌Bioma Pampa

O Ibama tem focado em ações de proteção e manutenção de habitat para as espécies da fauna. Estudo recente (12,500+ and counting: biodiversity of the Brazilian Pampa) estimou que o Pampa possui cerca de 9% da biodiversidade do país em apenas 2% do território nacional. No contexto da biodiversidade, é preciso conservar também as paisagens abertas e não apenas as florestas. ‌

Nesse sentido, são realizadas ações fiscalizatórias periódicas do Ibama, como a Operação Campereada, visando coibir a conversão irregular dos campos nativos do bioma Pampa, garantindo o cumprimento da legislação quanto à manutenção das Áreas de Preservação Permanente (APP) e de Reserva Legal (RL), colaborando assim para a conservação das espécies que só existem nesse ecossistema.

Fonte: Ibama