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Cientistas afirmam que o pica-pau-de-bico-marfim não está extinto

Um macho sai do ninho quando a fêmea retorna. Registro feito em Luisiana, em abril de 1935, por Arthur A. Allen. Foto: Wikimedia Commons/Reprodução

Anos de expedições às florestas do Luisiana, nos Estados Unidos, deram a uma equipe de cientistas as provas de que, afinal, o pica-pau-de-bico-marfim (Campephilus principalis) não está extinto.

Os cientistas dizem ter conseguido captar imagens de pica-paus-de-bico-marfim em armadilhas fotográficas e através de drones em uma região do Luisiana que não revelam. Além disso, afirmam que todos os membros que participaram das expedições – realizadas entre 2012 e 2021 – já encontraram esta espécie ou ouviram o seu chamamento.

A equipe cita uma “presença consistente de pica-paus-de-bico-marfim na zona de estudo”.

Essas conclusões fazem parte de uma versão de pré-publicação de um artigo científico que ainda não foi revisto pela comunidade científica.

Os trabalhos de campo aconteceram, maioritariamente, entre outubro e maio, o período de reprodução da espécie.

“A nossa série de imagens das armadilhas fotográficas (câmeras trap) mais importante seguiu-se após um pica-pau-de-bico-marfim ter pousado a cerca de 40 metros de distância em uma liquidâmbar (Liquidambar
styraciflua
, uma espécie de árvore) quase morta em 27 de outubro de 2019. As câmeras instaladas nessa árvore deram, depois, imagens dessas aves visitando o local de forma intermitente, pelo menos, de 29 de novembro de 2019 a 10 de fevereiro de 2020 e depois novamente de 12 de setembro de 2021 a dezembro de 2021″, escrevem os autores do artigo.

Outrora comum nos Estados Unidos, o pica-pau-de-bico-marfim era (ou é) a maior espécie de pica-pau naquele país. Alimenta-se de insetos em árvores mortas. Os machos têm uma crista vermelha e as fêmeas têm uma crista preta.

A sua distribuição histórica consiste nas florestas do Sul dos Estados Unidos e em uma pequena população, isolada, em Cuba.

Essa ave muito tímida viu os seus números entrarem em declínio por causa do desmatamento e da caça (para alimento e por causa das suas penas, cada vez mais raras e mais valiosas para colecionadores).

No final dos anos 1930, uma vasta expedição por todo o país resultou em uma população estimada de 22 indivíduos na Florida, Carolina do Sul, e no Luisiana.

O último registro reconhecido e legítimo para esta espécie nos Estados Unidos é de 1944, no Louisiana. Ainda assim, desde aquele ano e até hoje têm ocorrido pelo menos 200 avistamentos citados por pesquisadores.

Em outubro de 2021, o pica-pau-de-bico-marfim foi declarado como extinto pelo Serviço de Pescas e Vida Selvagem norte-americano, ao lado de outras 22 espécies de animais. A nível mundial a espécie está classificada como Criticamente Em Perigo de extinção, na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).