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Covid-19: Variante britânica é detectada pela primeira vez em cães e gatos

Equipe analisou 11 animais de estimação. Foto: Louis-Philippe Poitras/Unsplash

A variante britânica do SARS-CoV-2 (B.1.1.7), que se espalha mais fácil e rapidamente em humanos e também parece ser mais letal, foi detectada pela primeira vez em animais, de acordo com o jornal espanhol “ABC”.

Dois grupos diferentes de pesquisadores reportaram casos de contágio com essa variante de Covid-19 em um gato e um cão que moram na mesma casa no Texas (EUA), bem como em três outros animais de estimação testados em um centro veterinário fora de Londres, no Reino Unido.

Pesquisadores franceses e britânicos analisaram animais de estimação admitidos na unidade de cardiologia do Ralph Veterinary Referral Centre, nos arredores de Londres. O hospital notou um aumento acentuado no número de cães e gatos com miocardite, de 1,4% para 12,8% em apenas dois meses.

De acordo com a revista “Science’”, a equipe analisou 11 animais de estimação: oito gatos e três cães. Nenhum tinha histórico de doença cardíaca, mas todos apresentavam sintomas que variavam desde letargia e perda de apetite, respiração acelerada e desmaios. Os exames laboratoriais revelaram anormalidades cardíacas, incluindo batimento cardíaco irregular e fluido nos pulmões, todos os sintomas observados em casos humanos de Covid-19.

Sete dos animais foram testados para SARS-CoV-2 e três deram positivo, todos com a variante B.1.1.7, conforme relatado pela equipe de pesquisadores. Testes de anticorpos em quatro dos outros animais mostraram que dois deles tinham sido infetados com o vírus. Os tutores de cinco dos 11 animais de estimação testaram positivo, tudo antes de os seus animais desenvolverem sintomas.

Num segundo estudo, cientistas da Universidade do Texas detectaram a variante britânica em um gato e um cão da mesma casa no condado de Brazos. O tutor também foi diagnosticado em fevereiro. Os animais de estimação não apresentaram sintomas na altura em que foram testados, mas o tutor disse que os dois começaram a espirrar várias semanas depois.

Todos os animais dos Estados Unidos e do Reino Unido conseguiram recuperar-se desde então, embora um dos gatos britânicos tenha sofrido uma recaída, acabando por ser sacrificado.

“A vigilância do SARS-CoV-2 e investigações genéticas do vírus em animais de estimação infectados são de vital importância para entender a transmissão e evolução do patógeno, bem como para prever o que pode acontecer a seguir”, disse Sarah Hamer, veterinária e epidemiologista do Texas A&M College of Veterinary Medicine and Biomedical Sciences e principal pesquisadora do estudo norte-americano.

Fonte: Executive Digest