Cientistas encontraram ossos e presas de rinoceronte e de mamute na zona de Duvanny Yar, perto de Chersky, na Rússia, no ártico da Sibéria, onde estão instalados vários pontos de investigação científica aos impactos do degelo. Entre estes, o Parque Pleistoceno (uma reserva natural ao sul de Chersky coord 69º30’N – 161º30’L na Iacútia no norte da Sibéria), que tem no pesquisador russo, Sergei Zimov, e seu filho, Nikita Zimov, a força motora da pesquisa.
As carcaças encontradas pelos pesquisadores pertenciam a animais que vagueavam pelas estepes do Ártico: rinocerontes há cerca de 14 a 15 mil anos; mamutes há cerca de 10.500 anos, no fim da última idade do gelo.
Os cientistas encontraram uma carcaça de rinoceronte tão bem preservada que ainda tinha tecido mole, incluindo partes dos intestinos e genitais, além da cavidade nasal, uma parte do corpo destes animais que normalmente se decompõe rapidamente.
O degelo também revelou plantas congeladas da época do Pleistoceno, um vasto período de tempo que começou há 2,6 milhões de anos e terminou há 11.700.
Estas descobertas, na zona de Abyisky, em Yakutia, no nordeste da Rússia, permitem aos cientistas saber mais sobre estes animais que habitavam o planeta há milhares de anos, mas não chegam sem um custo. A destruição da camada de permafrost (tipo de solo), enfunada pelas alterações climáticas, libera grandes quantidades de gás metano na atmosfera, o que acelera o degelo e por aí adiante, em uma forma difícil de controlar.
Esta região, que padece de cada vez verões mais amenos e invernos mais curtos, é ainda afetada pelo aumento dos incêndios florestais. Os fogos lentos que afetam a turfa característica desta zona são particularmente danosos, pois podem manter-se durante meses abaixo da superfície, libertando toneladas de carbono prejudiciais para o planeta.
Segundo os cientistas, 1,7 mil milhões de toneladas carbono são libertadas anualmente para a atmosfera pelo degelo da permafrost.
Fonte: JN.pt