Autoridades norte-americanas declararam na última quarta-feira 23 espécies como extintas, incluindo o pica-pau-bico-de-marfim (Campephilus principalis), uma das aves mais majestosas dos Estados Unidos que costumava ser encontrada nos pântanos do Arkansas, Louisiana, Mississippi e Flórida. Desde 1944, um espécime deste animal não foi visto. Trata-se da ave que inspirou o famoso personagem “Pica-pau” dos desenhos animados.
Entre as 23 espécies que os cientistas perderam a esperança de ver vivas estão outra ave, a toutinegra de Bachman, dois tipos de peixes de água doce endêmicos de Ohio e Texas, oito tipos de mexilhões do sudeste dos Estados Unidos e uma planta.
O Serviço Federal de Pesca e Vida Selvagem “determinou que essas espécies estão extintas”, então o processo começou para removê-las da lista de espécies ameaçadas de extinção. O relatório acrescenta que esta notícia “ressalta como a atividade humana pode levar as espécies ao declínio e extinção, contribuindo para a perda de habitat, superexploração e introdução de espécies invasoras e doenças”, disse o comunicado.
“Os efeitos crescentes das mudanças climáticas devem exacerbar ainda mais essas ameaças”, acrescenta o documento. “Com as mudanças climáticas e a perda de habitat natural, mais e mais espécies estão à beira da extinção, então é hora de ser mais proativo e inovador nos esforços para salvar a vida selvagem da América”, afirmou a secretária do Interior, Deb Haaland.
O pica-pau-marfim, pertencente à família Picidae, tinha plumagem preta e branca, com crista vermelha nos machos e tinha cerca de 50 centímetros de altura. Foi classificada como espécie em extinção em 1967, principalmente pelo desaparecimento das matas que o constituíam e pelas excessivas capturas por coletores. A última vez que um espécime foi visto ocorreu em abril de 1944 no nordeste da Louisiana.
Em todo o mundo, cerca de 902 espécies foram documentadas como extintas. Acredita-se que o número real seja muito maior porque algumas nunca foram identificadas oficialmente, e muitos cientistas alertam que a Terra está numa “crise de extinção”, com a flora e a fauna desaparecendo a uma taxa 1.000 vezes maior que o “normal”, destacou o periódico USA Today.