Search

Anuncie

(21) 98462-3212

Fóssil ancestral de polvo de 328 milhões de anos recebe o nome do presidente dos EUA

Ilustração do ancestral dos cefalópodes de 328 milhões de anos. Foto: Reprodução

Um fóssil de 328 milhões de anos de uma espécie ancestral dos cefalópodes (polvos e lulas), e que fora doado a um museu em 1988, só agora foi reconstituído e recebeu um nome oficial. Chama-se Syllipsimopodi bideni e foi assim batizado em homenagem ao atual presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden. O estudo sobre o achado foi revelado na revista científica Nature Communications.

O fóssil pertence ao antecessor mais antigo dos vampiropodes, grupo ao qual pertencem as lulas-vampiro e os polvos, e que recuou no tempo 82 milhões de anos a mais do que o que os cientistas presumiam. Até agora, pensava-se que os vampiropodes se originaram no período Triássico, há cerca de 240 milhões de anos.

A nova espécie descoberta tinha 10 tentáculos e ventosas em cada um deles. As lulas-vampiro existentes atualmente têm apenas oito tentáculos, complementadas por dois filamentos. Uma bolsa de tinta — pela qual os polvos e as lulas são igualmente conhecidos — estaria intacta neste espécime, segundo o estudo científico.

Fóssil foi ignorado por 30 anos

Bem preservado, este exemplar foi originalmente descoberto em Montana, nos Estados Unidos, e doado ao Museu Real de Ontário, no Canadá, em 1988. Foi ignorado por 30 anos, até que os paleontólogos americanos Christopher Whalen e Neil Landman, ambos do Museu Americano de História Natural, decidiram estudá-lo.

“Ele [o fóssil] esteve em repouso em um museu desde os anos 80 e ninguém tinha percebido ser importante”, explicou Whalen, ao jornal ‘New York Times’.

“O Syllipsimopodi é o primeiro fóssil a demonstrar que, sim, os vampiropodes possuíam ancestralmente 10 braços, como prevíamos”, complementou.

Ao mesmo periódico, o paleontólogo Thomas Clements, da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, destacou que “a probabilidade de estes pequenos ‘sacos de água’ se tornarem fósseis é astronomicamente baixa“.

Fóssil do cefalópode descoberto em Montana. Foto: Christopher Whalen/Divulgação

Destaca-se ainda outra característica sobre este cefalópode. Dois dos seus dez braços eram mais longos do que os demais. Os pesquisadores especulam que o Syllipsimopodi deveria usar esses dois braços maiores para capturar presas – talvez menores e até com concha – e que os braços mais curtos serviriam para prendê-las. Estes braços extras desapareceram com a evolução das espécies.

“Contudo, anteriormente, os fósseis do ramo Vampyropoda descobertos até agora preservavam apenas os oito braços. Este fóssil é, provavelmente, a primeira confirmação da ideia de que todos os cefalópodes ancestrais possuíam dez braços”, explicou Whalen.

Portanto, segundo os pesquisadores, este fóssil sugere agora que a linha evolutiva dos polvos é muito mais antiga do que se pensava e que os parentes mais antigos desses cefalópodes tinham dez braços – e não oito – e se assemelham às lulas modernas.

Motivo da homenagem a Biden

Quanto ao fato de a nova espécie receber o nome do atual presidente americano, Whalen diz que a escolha foi “encorajada pelos planos de Joe Biden de dar mais atenção às alterações climáticas e de financiar as pesquisas científicas“.

Segundo o jornal ‘The Guardian’, nove espécies foram nomeadas em homenagem ao ex-presidente Barack Obama, incluindo uma aranha e um peixe. Já o ex-presidente Donald Trump tem o seu nome incluído em uma espécie de traça e em um anfíbio.

*