Um dos elos que faltavam na árvore da vida dos répteis foi recentemente encontrado por cientistas. Pesquisadores argentinos e brasileiros encontraram no Parque Provincial de Ischigualasto, San Juan, Argentina, os restos de um réptil que viveu há 230 milhões de anos, na época dos dinossauros. A notícia foi divulgada na última quinta-feira, no jornal “Clarín”.
O animal, chamado de Taytalura alcoberi, é um dos fósseis mais antigos já encontrados de lepidossauros, uma superordem de répteis escamosos que inclui lagartos, cobras, anfisbênias e tuatara, para um total de mais de 11.000 espécies.
Sabe-se pouco sobre a evolução inicial desses répteis devido à escassez e baixa qualidade de seus fósseis. No entanto, durante o estudo, que foi publicado na revista “Nature”, foi revelado que o crânio e a mandíbula estavam muito bem preservados, e compartilhavam características anatômicas com a tuatara moderna, répteis endêmicos da Nova Zelândia e suas ilhas vizinhas, indicando que estas características apareceram em uma fase muito inicial na história evolutiva dos lepidossauros.
“Pelo tamanho de seu crânio, que tem cerca de dois centímetros de comprimento, podemos supor que seu comprimento total do corpo estava entre 15 e 20 centímetros”, explicou Ricardo Martínez, autor principal do estudo.
As informações do crânio, descoberto originalmente em 2001, e que agora faz parte do Museu de Ciências Naturais da Universidade Nacional de San Juan, Argentina, ajudaram a descobrir que o réptil viveu há cerca de 230 milhões de anos, durante o período Triássico, o início da era dos dinossauros. Trata-se assim também do espécime mais antigo encontrado dos lepidossauros, segundo os pesquisadores, lhe dando o nome de “avô dos lagartos”.
Esta descoberta é também importante devido ao fato de ser o primeiro lepidossauro encontrado no Hemisfério Sul, apontando para uma distribuição geográfica muito além do que se pensava anteriormente, ocupando então não só o norte, mas também o sul do supercontinente Pangeia.
Fonte: Sputinik Brasil