Um fóssil do período pré-cambriano, compreendido entre a formação da Terra (há cerca de 4,6 bilhões de anos) até aproximadamente 542 milhões de anos atrás, foi localizado em Minas Gerais. Este é o primeiro exemplar do tipo a ser identificado no mundo e pode ajudar no entendimento da evolução da vida no nosso planeta.
O fóssil é de uma cianobactéria de apenas 10 micrômetros (ou 10 milionésimos de metro) e só pode ser visto por microscópios eletrônicos. Ele foi encontrado no município de Januária (MG) e batizado de Ghoshia januarensis.
“Essa espécie foi descrita pela primeira vez no mundo, era uma cianobactéria que existia aqui há mais de 540 milhões de anos, no período Pré-Cambriano, antes de dinossauros ou animais com esqueleto existirem. É uma descoberta que coloca o Brasil dentro do cenário de estudos sobre a evolução da vida”, disse Matheus Denezine, geólogo e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), e primeiro autor do artigo.
Descobertas como essas validam a teoria de Charles Darwin de que a vida na Terra é muito mais antiga do que sugeria a literatura cientifica do século 19. No total, sete fósseis foram encontrados na Formação de Sete Lagoas, que fica dentro da bacia São Francisco, uma área geológica que abrange Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Bahia.
A Ghoshia januarensis vivia em ambiente marinho e foi identificada em calcários da formação. A descoberta também confirma que a região onde hoje fica o estado de Minas Gerais ficava no mar há mais de 540 milhões de anos. Com o passar do tempo, as rochas da bacia afloraram e a terra firma surgiu.
As informações são de O Globo.