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Fotógrafo revela rotina do ‘casal João-de-Barro’ na construção do ninho em atrativo de Bonito (MS)

Rotina de casal de João-de-Barro na construção de ninho é puxada.
Foto: Abel Filho/Divulgação

O trabalho como fotógrafo freelancer no Parque Ecológico do Rio Formoso, em Bonito (MS), levou Abel Filho a enxergar o além das lentes e registrar, por 10 dias, a rotina da construção do ninho de um casal de João-de-Barro.

“Meu propósito era fotografar as sequências da construção da casa do João-de-Barro. Quantos dias de trabalho que foi, como é isso. Porque a gente só vê a casinha pronta. Fiquei curioso”, conta Abel Filho.

Então, de 17 a 27 de janeiro, Abel fotografou o trabalho do casal de aves em uma das árvores do atrativo turístico. A primeira foto mostra o macho e a fêmea ainda, digamos, “preparando o terreno” para a construção.

Na sequência, aparece “trabalhando” somente uma das aves, que provavelmente é o macho. Quando a casa já está pronta, a segunda ave, que pela explicação científica é a fêmea, surge. E o casal então aparece na frente do “imóvel”.

Conhecimento sobre a espécie

Para o jovem, o resultado do trabalho foi mais do que os registros eternizados nos registros. Ele ganhou conhecimento.

Ele observou o comportamento do casal, o ir e vir com barro e até o dia em que nem a fêmea e nem o macho saíram. A partir dessas observações, pesquisou sobre o João-de-Barro e se impressionou com o que descobriu.

“Eles começaram a construir em dois. Depois percebi a ausência de um deles. Então pesquisei e vi que o macho é o que fica trabalhando. Ele prepara e a fêmea, vem, digamos, para o retoque final. Achei bem legal essa trajetória. Eles fizeram muitas viagens com barro. Muitas mesmo. Aí descobri que fazem de 500 a 2 mil por dia com barro no bico. E nas segundas-feiras eles não saíram para trabalhar”, conta Abel sobre o conhecimento que adquiriu com a experiência de 10 dias “cuidando” o casal de João-de-Barro.

O biólogo Sérgio Roberto Posso explica que “muito provavelmente a fêmea estava na parte de dentro da casa. Na verdade, a construção é dos dois. A fêmea fica mais com a parte de dentro do ninho. Eles não devem ter saído porque poderiam estar acasalando ou preparando os ovos já”.

Posso lembra ainda que o João-de-Barro “faz uma espécie de câmera escondida. Uma entrada falsa para evitar serpente” no ninho.

Fonte: Bonito Notícias com portal G1