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Iceberg gigante ameaça santuário marinho em ilha britânica no Atlântico

Bloco de gelo em imagem de satélite da Agência Espacial Europeia. Foto: Reprodução/ESA

Uma equipe de cientistas partirá no próximo mês em uma missão de pesquisa para descobrir o impacto de um iceberg gigante sobre a vida selvagem e marinha em uma ilha subantártica.

O iceberg monstro de cerca de 4,2 mil quilômetros quadrados, tamanho maior que Cingapura e Luxemburgo, está flutuando em direção ao norte desde que se separou da plataforma de gelo Larsen C da Antártida em 2017. Agora, está a cerca de 75 quilômetros da ilha Geórgia do Sul, território britânico ultramarino situado no Oceano Atlântico.

De acordo com informações do “Deutsche Welle”, os cientistas estão preocupados com os riscos que isso representa para a vida selvagem na área se o iceberg encalhar perto da ilha. Imagens recentes capturadas do ar mostram que o iceberg está se quebrando, e os pesquisadores estão também receosos com o impacto da água do derretimento do gelo sobre fauna e flora marinha da região.

A Geórgia do Sul abriga colônias de dezenas de milhares de pinguins e seis milhões de focas, que podem ser ameaçadas pelo iceberg durante a época de reprodução. As águas nos arredores da ilha também são uma das maiores áreas marinhas protegidas do mundo e abrigam mais espécies do que as ilhas Galápagos.

Devastação no fundo do mar

O navio de pesquisa RRS James Cook deverá partir das Malvinas (ou Falklands) para o iceberg no final de janeiro. Dois planadores subaquáticos robotizados serão enviados a partir do navio e chegarão o mais perto possível da borda do iceberg para coletar dados como temperatura da água do mar, salinidade e sobre quanto plâncton existe na água.

O iceberg, denominado A-68A, está viajando em velocidades variadas, dependendo das condições locais. Mas o mais rápido que chegou foi cerca de 20 quilômetros por dia.

Geraint Tarling, pesquisador do British Antarctic Survey, afirma que o iceberg “causará devastação no fundo do mar ao arrancar as comunidades do fundo do mar, formadas de esponjas, equinodermos e ouriços do mar, diminuindo a biodiversidade local”.

“Essas comunidades ajudam a armazenar grandes quantidades de carbono em seus tecidos corporais e sedimentos circundantes. A destruição causada pelo iceberg vai liberar este carbono armazenado de volta na água e, potencialmente, a atmosfera, o que seria um impacto negativo adicional”, prevê.

Povl Abrahamsen, que está liderando a missão, ressalta que normalmente são necessários anos para planejar tais viagens de pesquisa marinha. Mas a missão é possível porque os funcionários reconhecem a urgência de se agir rapidamente. “Todo mundo está fazendo de tudo para que isso aconteça”, diz.

A comunidade científica ainda discute se a quebra do A-68A da plataforma de gelo Larsen C é uma consequência da mudança climática, e se mais icebergs monstros ainda estão por vir.

Houve poucos maiores na história recente, sendo que o maior deles é o B-15, que tinha 11 mil quilômetros quadrados quando quebrou da plataforma de gelo.

Fonte: Deutshe Welle