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Lista Vermelha da UICN: 37% dos tubarões e raias estão em risco de extinção

A atualização da Lista Vermelha inclui uma reavaliação das espécies de tubarões e raias do mundo.
Foto: Pixabay

A Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) tem hoje cerca de 37.500 espécies em perigo de extinção. Durante o Congresso Mundial da Natureza, em Marselha, na França, foi revelada uma atualização para as estatísticas de atuns, tubarões, raias e dragões de Komodo.

Atualmente, a Lista Vermelha da UICN tem 134.425 espécies, das quais 37.480 estão em perigo de extinção.

Nesta atualização da Lista Vermelha, divulgada durante o Congresso Mundial da Natureza, que acontece desde o último dia 3 e segue até o dia 11 de setembro, foram reavaliadas as sete espécies de atum mais pescadas a nível comercial. Quatro delas mostram sinais de recuperação, graças a cotas de pesca mais sustentáveis e a uma luta mais eficaz contra a pesca ilegal.

O atum-rabilho (Thunnus thynnus) passou da categoria Em Perigo para a categoria Pouco Preocupante; o atum-rabilho-do-Sul (Thunnus maccoyii) passou de Criticamente Em Perigo para a categoria Em Perigo.

Tanto o atum-voador (Thunnus alalunga) como o atum-albacora (Thunnus albacares) passaram da categoria Quase Ameaçado para Pouco Preocupante.

“Essa atualização da Lista Vermelha da UICN é um sinal poderoso de que, apesar das crescentes pressões sobre os nossos oceanos, as espécies podem se recuperar se os Estados se comprometerem, verdadeiramente, a implementar práticas sustentáveis”, comentou, em comunicado, Bruno Oberle, diretor-geral da UICN.

Mas, apesar das melhorias mundiais ao nível das espécies, muitas populações regionais de atum continuam gravemente ameaçadas e esgotadas. Por exemplo, enquanto que a maior população oriental de atum-vermelho-do-Atlântico, originária do Mediterrâneo, aumentou pelo menos 22% nos últimos 40 anos, a menor população da espécie no Atlântico Ocidental, que se reproduz no Golfo do México, diminuiu em mais de metade durante o mesmo período.

Enquanto isso, o atum-albacora continua a ser alvo de sobre-pesca no Oceano Índico.

“Precisamos continuar a aplicar cotas de pesca sustentáveis e a tomar medidas energéticas contra a pesca ilegal”, acrescentou Bruce B. Collette, presidente do Grupo de Especialistas em Atuns da CSE-UICN. “As espécies de atuns migram ao longo de milhares de quilômetros, por isso, coordenar a sua gestão a nível mundial também é crucial.”

O atum-vermelho-do-Pacífico (Thunnus orientalis) passou de Vulnerável a Quase Ameaçado nesta atualização, devido à disponibilidade de novos dados e modelos de avaliação de populações mais recentes. Esta espécie continua gravemente esgotada, a menos de 5% da sua biomassa original. Outras espécies de atuns avaliadas para esta atualização da Lista Vermelha incluem o atum-patudo (Thunnus obesus), que continua Vulnerável, e o atum-bonito (Katsuwonus pelamis), que continua na categoria Pouco Preocupante.

A nova Lista Vermelha da UICN também inclui uma reavaliação exaustiva das espécies de tubarões e raias do mundo, segundo a qual 37% estão em risco de extinção. Os peritos alertam para uma falta de medidas de gestão eficazes em grande parte dos oceanos do mundo.

As espécies ameaçadas de tubarões e de raias estão sobre-exploradas, enquanto que 31% também estão afectadas pela perda e degradação dos habitats e 10% pelas alterações climáticas.

O maior lagarto vivo do mundo, o dragão de Komodo (Varanus komodoensis) passou de Vulnerável a Em Perigo de extinção.

A espécie, endémica da Indonésia e que apenas ocorre no Parque Nacional de Komodo, declarado Patrimônio da Humanidade, e na vizinha ilha Flores, está cada vez mais ameaçado pelos impactos das alterações climáticas.

Espera-se que o aumento global das temperaturas e, consequentemente, do nível do mar, reduzam o habitat adequado à espécie em pelo menos 30% nos próximos 45 anos.

A sub-população do Parque Nacional de Komodo está estável e bem protegida. Mas os dragões de Komodo que vivem fora dessa área protegida, na ilha Flores, também estão ameaçados por uma perda significativa do seu habitat devido às atividades humanas em curso.

De 3 a 11 de setembro, o Congresso Mundial da Conservação, organizado pela UICN na cidade francesa de Marselha, vai debater as medidas para recuperar e proteger as espécies e ecossistemas.

Entre os temas em debate estão a desflorestação, a Floresta Amazônica, a agroecologia, os oceanos e as alterações climáticas.

São mais de 1.400 organizações que participam desta edição do congresso.

Fonte: Wilder.pt