Com 55,7% do total de votos, a bonita e rara borboleta da espécie Euchloe bazae ganhou esta edição, numa iniciativa que se realiza na Espanha desde 2016, organizada pela Zerynthia – Associação Espanhola para a Protecção das Borboletas e do Seu Meio.
O objetivo é chamar a atenção, a cada ano, para uma espécie de borboleta entre as mais ameaçadas do país. A vencedora é alvo de esforços de divulgação, estudo e proteção da parte da associação espanhola. “Organizam-se numerosas saídas de campo e publicam-se materiais de divulgação, assim como manuais técnicos para melhorar o seu conhecimento e conservação”, explica a associação.
A borboleta vencedora de 2021 é conhecida em espanhol como ‘azufrada ibérica’, nome que em português significa ‘enxofrada ibérica’. Só pode ser encontrada nas províncias de Saragoça e Huesca, próximas da fronteira com França, e também em Granada, no sul do país. Em Portugal, não há registos da ocorrência desta espécie.
“A Euchloe bazae não só é uma das borboletas espanholas de maior beleza, devido à sua exclusiva tonalidade de um amarelo similar ao do enxofre. Também se trata de uma das nossas espécies mais ameaçadas devido à sua limitada distribuição”, descreve a Zerynthia. As principais ameaças que a assombram são as irrigações e a lavoura de solos para serem cultivados.
Desde 2019, esta borboleta é uma das três que fazem parte do Catálogo Espanhol de Espécies Ameaçadas, onde está classificada como Em Perigo de extinção. Este primeiro passo pressupõe que sejam definidas medidas concretas para a conservação desta espécie, tanto sociais como ambientais.
“Trata-se de uma borboleta muito desconhecida pelas populações locais e o seu habitat, desértico, não se valoriza tanto como se deveria, apesar da enorme importância dos ecossistemas mediterrâneos para a biodiversidade”, nota também a associação. Por esse motivo, as ações vão concretizar-se especialmente nas três províncias onde a Euchloe bazae pode ser encontrada.
Este ano, além da Euchloe bazae, estiveram para votação outras três borboletas: a ondulada canária (Pararge xiphioides), exclusiva daquele arquipélago; a Lemonia dumi, que voa entre outubro e novembro; e a morena-espanhola (Aricia morronensis), que “aparece em áreas repartidas por toda a Península Ibérica”, mas ocupa habitualmente áreas muito reduzidas.
Fonte: Wilder.pt