Casos de maus-tratos a animais vêm à tona com mais frequência. Acontecimentos com animais submetidos a condições extremas podem ter sua origem em uma psicopatia ou sociopatia de quem os realiza, explica à “Efe” a psicóloga Mabel García Medina, especialista em trauma.
“São muitos os motivos para o abuso de animais ocorrer, como falta de empatia com o outro ser. O que significa que um não sente o que o outro pode sentir, ou porque os animais são vistos como seres inferiores”, explica a especialista.
Isso produz, segundo Mabel, uma falta de conexão com o outro ser que pode ser causada por psicopatia, por pessoas com danos neurológicos ou por um sociopata – comportamento que, normalmente, “tem a ver com um trauma grave não detectado antes” e relacionado “à violência e à agressão”.
Ela explica que são pessoas que sofreram abusos para serem dominadas, por isso entendem que devem agir da mesma forma com outros seres, como os animais.
Esses tipos de atitudes também podem pesar na história pessoal de cada pessoa: “Quando uma pessoa “aprende a se defender com agressividade e violência, como forma de controle, então ela exerce a violência como forma de controle com outros seres”.
A especialista observa que são atitudes que têm a ver “com narcisismo e com psicopatia ou sociopatia. “E quando um animal é ferido, é porque a pessoa se sente acima da outra, sente-se no controle”.
García Medina defende as terapias com animais, pois produzem uma “desativação do sistema nervoso simpático, acalmando o sistema límbico do cérebro, o que tem a ver com medo e agressão”.
Por sua vez, a porta-voz da organização de direitos dos animais Free Fox, Alicia Roa, acredita que o progresso está sendo feito “muito lentamente” na Espanha em questões de abuso de animais e pede uma legislação que proteja verdadeiramente os animais, incluindo os animais selvagens que são totalmente desamparados.”
Roa explica que, quando um animal selvagem é ferido, nos centros de recuperação de animais da Espanha as espécies cinegéticas são “sacrificadas” e, em muitos casos, “servem de alimento” para outras consideradas ameaçadas ou protegidas.
Para ela, as administrações “fazem touradas e caça”, a morte dos animais “faz parte do seu negócio e de todos os que as apoiam” porque “são muitos os interesses”, afirma. Enquanto as associações que zelam pelos animais não recebem ajuda.
Para Roa, os casos de maus-tratos a animais não aumentaram, mas se tornaram mais visíveis com a existência das redes sociais. Porém, garante: “Agora que há mais consciência individual e coletiva, as pessoas sentem repulsa pelos maus tratos aos animais”.
Fonte: El Diario