Uma equipe de pesquisa do Ministério do Meio Ambiente do Camboja (MoE) e do Fundo Mundial para a Vida Selvagem (WWF) descobriu oito filhotes do crocodilo-siamês (Crocodylus siamensis), no nordeste da província de Mondulkiri, pela primeira vez em mais de uma década, informou um comunicado conjunto na última terça-feira.
A descoberta, no início deste mês, foi feita um rio que fica dentro do Santuário de Vida Selvagem Srepok, onde fezes e pegadas de crocodilo-siamês foram coletadas durante a estação de seca deste ano. De acordo com o comunicado, os pequenos répteis permanecem seguros em seu habitat selvagem sob proteção dos guardas florestais.
O Ministro do Meio Ambiente, Say Samal, disse que a descoberta destaca a importância da área selvagem de Srepok como um local de alto potencial para reverter a perda de biodiversidade e para a restauração da vida selvagem globalmente.
“Esta notícia emocionante também demonstra a importância do Camboja para a conservação deste crocodilo extremamente raro e de outras espécies importantes”, disse Samal. “O Camboja possui recursos naturais únicos, o que representa uma verdadeira fonte de orgulho nacional para todos os cambojanos.”
Criticamente ameaçado
Incluído na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) como criticamente ameaçado, o crocodilo-siamês de água doce já foi disseminado por todo o sudeste da Ásia, mas desapareceu de grande parte de sua área no início dos anos 1990. Esse pequeno crocodilo se caracteriza pelo focinho largo e liso, além de uma grande crista óssea atrás de cada um dos olhos.
O Camboja é um reduto global para a espécie, com uma estimativa de 200-400 indivíduos remanescentes na natureza, informou o comunicado, acrescentando que o total global da população não excede 1.000 indivíduos maduros.
As principais ameaças que o crocodilo-siamês enfrenta são: perda e degradação de habitat, caça e comércio ilegal de animais selvagens, entre outros.