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Os vulcões tornaram a extinção dos dinossauros ainda pior?

Uma representação de dinossauros no período pré-histórico. Foto: Pixabay

É amplamente aceito que a principal razão pela qual os dinossauros foram varridos da face do planeta foi um impacto devastador de um asteroide. A cratera Chixulub –  antiga cratera de impacto soterrada sob a Península do Iucatã, no México – é nossa melhor evidência de que essa teoria contém fundamento e é apoiada pelas descobertas de cientistas que estudam camadas de rochas e sedimentos bem abaixo de nossos pés. Mas é possível, ou talvez até provável, que o impacto do asteroide não tenha sido o único fator na morte dos dinossauros e os pesquisadores há muito suspeitam que a atividade vulcânica desempenhou um papel.

Agora, a equipe de pesquisa por trás de um novo artigo publicado em “Proceedings of the National Academy of Sciences” revela que amostras retiradas de um local chamado Deccan Traps (Armadilhas Deccan), na Índia, podem finalmente fornecer algumas respostas. As Armadilhas Deccan são uma enorme região da Índia que já foi um enorme campo de lava. A intensa atividade vulcânica que ocorreu dezenas de milhões de anos atrás neste local foi considerada uma causa plausível do evento de extinção dos dinossauros. Este último lote de dados sugere que não é o caso.

Sabemos que, para eliminar tantas espécies em escala global, o que quer que tenha causado a extinção provavelmente afetou a atmosfera de forma dramática. Se a teoria do vulcanismo fosse verdadeira, a quantidade de CO2 liberada pela atividade vulcânica teria sido enorme, inundando a atmosfera com o gás e fazendo com que as temperaturas globais aumentassem como resultado. Mesmo uma mudança de alguns graus teria sido suficiente para desencadear uma reação em cadeia que causou o colapso da cadeia alimentar.

O que os pesquisadores descobriram foi que os níveis de CO2 liberados pelo Deccan Traps – um processo chamado de liberação de gases -, durante os séculos que antecederam a extinção, simplesmente não eram altos o suficiente para ter afetado as temperaturas globais em um nível tão dramático. Simplificando, se o terreno sob a teoria do vulcanismo já estava instável, ele se tornou ainda mais instável.

A equipe analisou amostras de magma “congeladas” presas em cristais, que oferecem uma estimativa precisa da quantidade de CO2 que tinha o potencial de ser liberado durante as erupções nas Armadilhas Deccan. Eles descobriram que, embora as Armadilhas Deccan eventualmente liberassem CO2 suficiente para aquecer o planeta em uma quantidade significativa, a extinção já estava bem encaminhada quando esse nível de liberação de gás ocorreu. Isso sugere que o vulcanismo não foi o que desencadeou a extinção e apoia a teoria de que o impacto do asteroide foi uma causa mais provável.

“Nossa falta de conhecimento sobre o carbono liberado por magmas, durante algumas das maiores erupções vulcânicas da Terra, tem sido uma lacuna crítica para definir o papel da atividade vulcânica na formação do clima da Terra e eventos de extinção anteriores”, disse o professor Benjamin Black, principal investigador do estudo, em um comunicado. “Este trabalho nos aproxima da compreensão do papel dos magmas na formação fundamental do clima do nosso planeta e, especificamente, nos ajuda a testar as contribuições do vulcanismo e do impacto de asteroides na extinção em massa do final do período Cretáceo.”

Fonte: BGR.com